CONCEPÇÕES DE ESCRITA NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO: O QUE DIZ E O QUE FAZ O PROFESSOR?

Résumé

A questão da aprendizagem da escrita não é um assunto recente dentro da nossa literatura. Entretanto, ainda não parece haver um consenso sobre o que seja aprender, de fato, a língua escrita.  A razão para tal, talvez, esteja no que o professor pensa sobre o que é a língua escrita e como, a partir dessa pergunta, escolhe as atividades pedagógicas. Diante desse contexto, o presente trabalho teve por objetivo analisar o conceito de língua escrita para  professoras do Ciclo de Alfabetização e se esse conceito se reflete nas atividades utilizadas em sala de aula.   Para alcançarmos tal intento, realizamos uma entrevista semi-estruturada com três professoras, uma de cada série do Ciclo de Alfabetização, que lecionam em escolas da cidade de Fortaleza- CE, bem como analisamos uma atividade de cada série, selecionada pela professora pesquisada. Mediante a análise desses dados, constatamos que os discursos das professoras sinalizavam para a concepção de língua escrita ora como código, ora como interação. Nas atividades selecionadas pelos professores, percebe-se a alternância entre propostas envolvendo gêneros discursivos diversos, embora ainda propostas consideradas mais tradicionais, como o uso da caligrafia, dos textos rimados, da cópia, do apreço pela forma. Há momentos para as duas práticas. Neste caso, a concepção de escrita revelada na entrevista refletiu-se na prática pedagógica.