Entre a teoria e a liberdade
pluralizando os arquivos das Relações Internacionais a partir de fabulações críticas sobre Esperança Garcia
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2525-5584.2024v9n1.65790Palavras-chave:
Feminismo negro, Epistemologia, Arquivo, Fabulação Crítica, Esperança GarciaResumo
Neste artigo, busco engajar produtivamente com o silêncio e com as violências contidas nos arquivos disponíveis sobre a vida de mulheres afro-brasileiras em cativeiro a partir de um alargamento e de um aprofundamento do conceito (e da prática) de teorizar desenvolvido por feministas negras, pós-coloniais, decoloniais e pós-estruturalistas. Sobretudo a partir de um questionamento acerca dos arquivos da disciplina de Relações Internacionais considerados legítimos e neutros, busco apresentar formas outras de conceber a epistemologia por meio da relação entre a literatura feminista negra, o conceito de fabulação crítica de Saidiya Hartman, e o conceito de interrupção crítica como proposto por David Kazanjian. Ao invés de tentar preencher os silêncios do escasso arquivo colonial sobre a vida de mulheres negras em cativeiro, este exercício permite imaginar criticamente seus modos de teorizar sobre o mundo ao seu redor a partir de interrupções às narrativas dominantes sobre elas, trazendo outras relações, dinâmicas e experiências como centrais para a produção epistemológica e, principalmente, para a produção de conhecimento sobre o internacional. Para realizar tal movimento, tomo como exercício imaginativo o escasso arquivo sobre Esperança Garcia, uma mulher negra escravizada reconhecida pela Ordem dos Advogados, secção Piauí, como a primeira advogada piauiense.
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