Madrastas diabólicas nas animações infantis:

uma representação problemática

Autores

Palavras-chave:

Animação Infantil, Madrastas, Vilania Feminina, Contos Clássicos Infantis, Representação Midiática

Resumo

Este artigo tem o intuito de questionar e problematizar a representação midiática clássica das madrastas nas animações e contos infantis, que promovem em sua moral uma associação dessas mulheres à maldade. Argumentamos que esse tipo de representação tem diálogo com as construções familiares da sociedade brasileira, e temos como principal hipótese para a origem dessa representação problemática o fato de ela ter sido construída em cima de valores patriarcais, endossados pela igreja cristã, da época em que esses contos foram criados, no século XIX. Para este fim, analisamos as animações de Branca de Neve e os Sete Anões e A Gata Borralheira/Cinderela tanto em suas versões originais, escritas pelos Irmãos Grimm, quanto suas adaptações para animação feita por Walt Disney em 1938 e 1950, respectivamente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Doutora Ariane Holzbach, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Professora do curso de Estudos de Mídia e da Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, editora-chefe da revista Contracampo e Bolsista de Produtividade em Pesquisa 2 do CNPq. Área de pesquisa: televisão e audiovisual.

Jahnavi Devi Farias Dias, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Bolsista PIBIC e graduanda em Estudos de Mídia pela Universidade Federal Fluminense. Integrante do Grupo de Pesquisa em Animações Infantis, AnimaMídia (UFF). Interesse em roteiro de animação infantil.

Referências

BRANCA DE NEVE e os Sete Anões. Direção: David Kerrick Hand. Estados Unidos: Walt Disney Productions, RKO Radio Pictures, 1938. DVD (83 min), som, cor.

CINDERELLA. Direção: Clyde Geronimi, Hamilton Luske, Wilfred Jackson. Produção: Walt Disney. Estados Unidos: Walt Disney Productions, RKO Radio Pictures, 1950. DVD (75 min), som, cor.

D'SILVA, Isadora Mota Rodrigues. A representação da vilania feminina na Disney. Rascunho, v. 13, n. 21, 2022.

ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. 1. ed. Tradução: Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.

ESTÉS, Clarissa Pinkola. Contos dos Irmãos Grimm. Rocco, 2005.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres corpo e acumulação primitiva. 1. ed. Tradução: Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Lamparina, 2022.

WOLF, Naomi. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. 6. ed. Tradução: Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019.

Downloads

Publicado

2023-12-22

Como Citar

DINIZ HOLZBACH, A.; FARIAS DIAS, J. D. Madrastas diabólicas nas animações infantis:: uma representação problemática . Culturas Midiáticas, [S. l.], v. 20, p. 138–155, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/cm/article/view/67797. Acesso em: 19 nov. 2024.