O som do rugido da onça: reflexões sobre a tradução intercultural e histórica

Autores

  • Clara Rocha
  • Germana H. Pereira

Resumo

O presente trabalho propõe a tradução comentada do romance O som do rugido da onça (2020, Companhia das Letras), da escritora Micheliny Verunschk, para o francês. A obra rememora fatos históricos de modo violento e contraditoriamente poético, laureado com o Prêmio Jabuti de Melhor Romance Literário de 2022 e o Prêmio Oceanos do mesmo ano. Traduz em fala de onça, entonação de irreverência e resistência, o processo colonizatório do Brasil. Propõe-se pensar um percurso tradutório para este romance de forma decolonial, com Gayatri Spivak (1993), Maria Lugones (2014), Viveiros de Castro (2004); e ético-poético-pensante, com Germana H. Pereira (2011), Antoine Berman (2007), Alice Maria Ferreira (2020), Henri Meschonnic (1999). Antes de pensar o indígena, como diz Viveiros de Castro (2015, s.n.) “dentro do nosso mundo, é preciso pensar o pensamento indígena e o mundo que é seu elemento, dentro do qual o nosso mundo é uma parte quantitativamente gigantesca, mas qualitativamente grotesca.” Verunschk abre esse espaço em sua narrativa e transcreve, lado a lado, as duas lógicas: a colonial europeia e a de origem ameríndia, selvagem. Portanto, esta é uma pesquisa que visa experimentar o rugido da onça na língua francesa. Como fazer a onça rugir em francês? Como levar a história do rugido da onça a outras terras, longínquas, mas também relacionadas com o habitat natural da onça? Como fazer chegar, na atualidade, e atualizada, a história da colonização das terras brasileiras no continente que as colonizaram? Como pensar a história, há tempos concretizada pela perspectiva do opressor, a partir de novas vias de contá-la?

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Publicado

2024-10-16