A tradução de For Whom the things never change de Ama Ata Aidoo – as escolhas da tradutora

Autores

  • Raphaella Silva Pereira de Oliveira

Resumo

O presente trabalho busca apresentar perspectivas históricas, culturais e da linguagem que resultaram nas escolhas para a tradução do conto “for whom the things never change” da escritora de Gana, Ama Ata Aidoo. O texto que se insere na chamada literatura pós-colonial está presente na coleção “no sweetness here” (1970 [1979]) e traz a tônica da vida em Gana após a independência do país. Para a tessitura das críticas no conto, a autora utiliza-se de um vocabulário com a presença de pidgin, que é um tipo de linguagem que se desenvolve quando pessoas que não falam a mesma língua precisam se comunicar entre si, geralmente possui uma gramática simples e um vocábulo influenciado por vários idiomas diferentes. Esses itens fazem transbordar a ironia e dramaticidade do texto. Para Aidoo, “não é errado olhar o passado para buscar o que se perdeu” significado de Sankofa, o símbolo adinkra da cultura ganense. Nesse sentido, a autora retoma as raízes culturais de Gana, ao utilizar o fefewo nos moldes de um conto. Fefewo diz respeito ao todo de um evento de contação de histórias, performance e recepção (Hodapp, 2014). Essas performances não funcionam como o texto escrito ocidental, pois grande parte de seu significado reside em sua capacidade de provocar debates entre a plateia. Existe o narrador- contador de histórias, que por sua vez as apresenta para a plateia através de fases narrativas, pois essas histórias são encadeadas (Noguer, 2010). Desse modo, a partir do diálogo entre as personagens, leitores/as são levados a refletirem sobre o significado da independência para as classes menos abastadas em Gana. Esta tradução faz parte de minha pesquisa para doutoramento, na qual busco realizar a tradução comentada de textualidades presentes na coleção “no sweetness here”. Para tanto, recorro aos aportes teóricos da tradução afrodiaspórica (CARRASCOSA, 2017) e a tradução intercultural (BASSNETT, 1999) para fazer chegar ao público leitor brasileiro a mensagem do texto de partida.

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Publicado

2024-10-15