Tradução, Tradição e Cabala

Autores

  • José Márcio F. Fragoso

Resumo

Esta comunicação pretende discutir o que pode estar em jogo quando se intenta traduzir textos de uma tradição mística que já se dê, ela mesma, como fruto de um desdobramento tradutório, não exatamente idiomático, mas que se realiza nos termos de um processo suficientemente consolidado de inculturação, como parece ter sido o caso para as correntes místicas judaicas. Nela, pretender-se-á ainda considerar o que parece ser um alto grau de equivocidade intrageracional que se intensificara no interior de uma tradição de leitura para a qual a assimilação das formas do pensamento estrangeiro foram imprescindíveis, mas que acabou gerando pelo meio do caminho elementos estranhos que não se viram representados nos altos estratos da cultura cosmopolita grega e tiveram de achar para si a sua própria linguagem. Sua hipótese de base será a de que, se há mesmo algo como um equívoco, no sentido que a moderna etnologia atribui ao termo, intrageracional entre o discurso recebido tradicionalmente pelo místico erudito e o anterior, o traduzido, vai ser no interior dos textos mesmos que o elemento traduzido se mostrará como o outro da relação a ser inventado pelo tradutor.

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Publicado

2024-10-16