Berman, leitor de Benjamin: tradução, ética e crítica

Autores

  • Bruno Bicalho

Resumo

Frequentemente associado à “virada ética” dos estudos da tradução (Godard, 2001; Massardier-Kenney, 2021), Antoine Berman é efetivamente conhecido no Brasil sobretudo pela defesa da visada ética do traduzir e da tradução-da-letra, conceitos que tensionam a relação entre o Próprio e o Estrangeiro em tradução (Berman, 1984; 1999 [1985]; Cardozo, 2015; Petry, 2016). Em ambos os casos, ainda que nem sempre de modo explícito, parece estar em jogo o diálogo do tradutólogo com o filósofo Walter Benjamin, a cuja “Tarefa do tradutor” (Benjamin, 2013 [1923]) Berman dedicou um seminário inteiro (Berman, 2008) – o ensaio, vale lembrar, trata diretamente da literalidade em tradução. Partindo do pressuposto de que a leitura bermaniana de Benjamin constitui uma via de acesso privilegiada à sua tradutologia, esta comunicação, fruto de uma pesquisa de mestrado em andamento e financiada pela FAPESP, pretende investigar um de seus aspectos: a relação entre tradução e crítica. Trata-se, portanto, de esboçar um percurso que vai da tradução como romantização ou potencialização (Berman, 1984; Benjamin 2011 [1919]) à crítica “produtiva” das traduções (Berman, 1995), passando pela (re)tradução como crítica (Berman, 1984, 1990), momento em que o conceito de letra ocupa um lugar de destaque.

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Publicado

2024-10-16