Cactáceas: recurso alimentar emergencial no Semiárido, Nordeste do Brasil

Autores

  • Edna M. F. Chaves
  • Roseli F. M. Barros

Palavras-chave:

etnobiologia, etnobotânica, plantas silvestres, saberes tradicionais

Resumo

A família Cactaceae Juss. encontra-se bem adaptada e distribuída pelo território brasileiro, sendo representada por 39 gêneros e 260 espécies. Dada à importância na região semiárida, objetivou-se conhecer os usos alimentares dessa família em comunidades rurais dos municípios de Buriti dos Montes (Bebedouro e Oiticica) e Cocal (Itapecuru e Pinga), semiárido piauiense, Nordeste brasileiro. Realizaram-se entrevistas auxiliadas por formulários semiestruturados. Dos 93 entrevistados, 59 (63,44%) citaram Cactaceae como alimento. Foram identificadas Cereus albicaulis (Britton & Rose) Luetzelb.; Cereus jamacaru DC. subsp. jamacaru; Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb.; Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & G.D. Rowley subsp. gounellei; Pilosocereus piauhyensis (Gürke) Byles & G.D. Rowley e Tacinga inamoena (K. Schum.) N.P. Taylor & Stuppy. As práticas alimentares citadas foram: cladódios como hortaliça e na fabricação de compotas, doces em pasta e rapaduras; flores em cozidos e doces; mesocarpo (polpa funicular) consumido in natura, com açúcar, mel, rapadura, em simbereba e em geleia. Observou-se referência às cactáceas alimentícias quase que exclusivamente para períodos de escassez de recursos, caracterizando-as como alimento emergencial. Nessas comunidades, as cactáceas são importantes fontes de alimentos e as populações têm conhecimento sobre como utilizá-las, possibilitando a inclusão em políticas públicas locais que visem à segurança alimentar e nutricional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2015-11-03

Como Citar

CHAVES, E. M. F.; BARROS, R. F. M. Cactáceas: recurso alimentar emergencial no Semiárido, Nordeste do Brasil. Gaia Scientia, [S. l.], v. 9, n. 2, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/gaia/article/view/26348. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais