Biologia floral e reprodutiva de Corchorus hirtus L. (Malvaceae) uma espécie de mata seca do Cerrado

Autores

  • Jane Gomes da Rocha Souza Universidade do Estado da Bahia
  • Viviany Teixeira Nascimento Universidade do Estado da Bahia
  • Juliana de Meneses Ribas Universidade Federal do Oeste da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n1.32651

Resumo

Corchorus hirtus L. é uma espécie da família Malvaceae da qual se tem pouco conhecimento dos seus aspectos reprodutivos. O objetivo deste trabalho foi descrever a biologia floral, o sistema reprodutivo e os polinizadores de C. hirtus encontrada em um fragmento de Mata Seca no Cerrado, na cidade de Barreiras, Bahia (Nordeste do Brasil). Foram descritas as características florais da espécie, os visitantes florais e realizados experimentos de polinização manual. C. hirtus possui flores amarelas, actinomorfas, pentâmeras e estames livres. Possui flores hermafroditas, mas algumas funcionalmente masculinas. As flores ofertam pólen por pouco tempo, porém a viabilidade polínica é alta. Três táxons de visitantes florais foram observados: uma espécie de Vespidae (não identificada), uma abelha (Megachile (Acentron) verrucosa)e um agente pilhador Phibalosoma phyllinum. Houve alto índice de frutificação em polinização aberta, autopolinização manual e espontânea e uma baixa frutificação em experimentos de polinização cruzada. Os resultados das polinizações manuais sugerem que C. hirtus é autocompatível reduzindo a dependência do serviço realizado pelos polinizadores para se reproduzir, o que representa uma característica vantajosa para espécie que é considerada colonizadora de novos ambientes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jane Gomes da Rocha Souza, Universidade do Estado da Bahia

Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade do Estado da Bahia

Viviany Teixeira Nascimento, Universidade do Estado da Bahia

Departamento de Ciências Humanas, Campus IX-Barreiras

Juliana de Meneses Ribas, Universidade Federal do Oeste da Bahia

Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade do Estado da Bahia e mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Oeste da Bahia

Referências

Batistella M e Valladares GS. 2009. Farming expansion and land degradation in Western Bahia, Brazil. Biota Neotropical, 9: 61-76.

Barrett SCH. 2014. Evolution of mating systems: outcrossing versus selfing. In: Losos J. (Ed), The Princeton Guide to Evolution, Princeton/ NewJersey: Princeton University Press, p. 356-362.

Colmenero-Robles JÁ, Gual-Diaz M e Fernández-Nova R. 2010. El Género Cochorus (Tiliaceae) Em México. Polibotânica, 29: 29-65.

Correll DS e Correll HB. 1982. Flora of the Bahama archipelago, Cramer: Vaduz, 1692 p.

Costa CBN e Costa JAS. 2010. Panorama ambiental da região oeste da Bahia: Síntese do conhecimento atual sobre a biodiversidade e perspectivas para a conservação. In: Neto J.P.S e Santos FS. (Orgs), Oeste da Bahia: aspectos agrícolas, ecológicos e econômicos, Salvador: EDUNEB, p. 131-162.

Cronquist A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants, New York: Columbia University Pres, 1262 p.

Dafni A. 1992. Pollination ecology: a pratical approach, New York: Oxford University Press, 249p.

Faegri K e Van Der Pijl L. 1979. The principles of pollination ecology, Oxford: Pergamon Press, 242p.

Heringer EP. 2010. Corchorus hirtus L. In: Forzza RC et al. (Eds), Catálogo de Plantas e fungos do Brasil (v. 2), Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estudio/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p. 1207.

Judd WS. 2009. Sistemática Filogenética: um enfoque filogenético, 3ª ed., Porto Alegre: Artemed, 612p.

Lloyd DG e Schoen DJ. 1992. Self- and cross-fertilization in plants. I. Functional dimensions. International Journal of Plant Science, 153: 358–369.

Mendonça JO. 2006. O potencial de crescimento da produção de grãos no Oeste da Bahia. Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária. Revista Bahia Agrícola, 7: 38-46.

Mori AS, Matos Silva LA, Lisboa G, Corandin L. 1989. Manual de Manejo do Herbário Fanerogâmico, 2ª ed., Ilhéus: CEPEC/CEPLAC, 104p.

Ockendon DJ e Currah, L. Time of cross and self-pollination affects the amounts of self-seed set by partially self-incampatible plants of Brassica oleracea. Theor. Appll. Genet., 52:223-237.

Peel MC, Finlayson BL e Mcmahon TA. 2007. Updated world map of the Koppen-Geiger climate classification. Hydrology And Earth System Sciences, 11: 1633-1644.

Primack RB. 1985. Longevity of individual flowers. Annual Review of Ecology and Systematics, 16: 15-37.

Raven PH e Johnson GB. 2002. Plant reproduction. In: Biology, Boston: McGraw-Hill, p. 837-852.

Rathcke BJ, Kass LB e Elliott NB. 2005. The pollination biology of Woolly Corchorus, Corchorus hirsutus (Malvaceae/Tiliaceae) on San Salvador and Inagua, Bahamas. In: Buckner S.D. e McGrath TA (Eds), Proceedings 10th Symposium on the Natural History of the Bahamas, San Salvador Islands, The Bahamas, p 106–113.

Ribeiro JF e Walter BMT. 2008. As principais fitofisionomias do Cerrado. In: Sano SM et al. (Eds), Cerrado: Ecologia e flora, Brasília: EMBRAPA, p. 152-212.

Sakai AK e Weller SG. 1999. Gender and sexual dimorphism in flowering plants: a review of terminology, biogeographic patterns, ecological correlates, and phylogenetic approaches. In: Geber MA et al. (Eds.). Gender and sexual dimorphism in flowering plants, Berlin: Springer-Verlag, p.1-31.

Wunderlin RP. 1998. Guide to the Vascular Plants of Florida. Gainesville, Florida, USA: University Press of Florida, 453p.

Downloads

Publicado

2018-04-14

Como Citar

SOUZA, J. G. da R.; NASCIMENTO, V. T.; RIBAS, J. de M. Biologia floral e reprodutiva de Corchorus hirtus L. (Malvaceae) uma espécie de mata seca do Cerrado. Gaia Scientia, [S. l.], v. 12, n. 1, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n1.32651. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/gaia/article/view/32651. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais