Do ver ao saber: etnogeomorfologia por moradores de uma comunidade rural no estado do Piauí

Autores

  • Karen Veloso Ribeiro Universidade Federal do Piauí
  • Karoline Veloso Ribeiro Universidade Federal do Piauí
  • Emanuel Lindemberg Silva Albuquerque Universidade Federal do Piauí
  • Roseli Farias Melo de Barros Universidade Federal do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2019v13n1.39807

Resumo

A Etnogeomorfologia, como foco da abordagem etnoecológica, estuda o conhecimento que populações têm acerca dos processos geomorfológicos, considerando os saberes sobre a natureza e os valores da cultura e da tradição local. A importância atribuída a esta pesquisa encontra-se associada à identificação das formas de relevo predominantes na bacia hidrográfica do rio Mulato, sob a ótica dos moradores da comunidade Furnas, situada no município de Jardim do Mulato, estado do Piauí. Os procedimentos metodológicos pautaram-se pelo viés da Etnogeomorfologia, sendo que as informações foram analisadas qualitativamente, com o auxílio das técnicas de geoprocessamento. Diante do trabalho realizado, foi possível identificar quatro tipos de morfoesculturas de acordo com os saberes etnogeomorfológicos, a saber: Chapadas, Costaneiras/Morros, Baixão e Baixa. A partir da interpretação das morfoesculturas, em consonância com sua morfodinâmica, as formas de relevo foram classificadas em: Planaltos Tabulares / Morros Testemunhos, Planaltos Rebaixados, Planícies Fluviais e Vales Interfluviais. Conclui-se que o etnoconhecimento dos moradores pesquisados se aproxima do conhecimento científico, uma vez que, munido do produto temático e da aferição em campo, foi possível constatar tais informações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alves JTO, Ribeiro SC. 2014. Etnogeomorfologia: classificação das formas de relevo segundo a percepção dos agricultores do Sítio Cidade no município de Caririaçu/CE. Revista Geonorte, Edição Especial 4, (10)1:77-80.

Begossi A, Lopes PF, Oliveira LEC, Nakano H. 2010. Ecologia de Pescadores Artesanais da Baía de Ilha Grande. Rima Editora: São Carlos, 298p.

Bernard HR. 1998. Research methods in cultural anthropology. Sage Publications: Newbury Park, 520p.

Bernard HR. 2006. Research methods in cultural anthropology. 2ª ed. SAGE Publication: Newbury Park, 803p.

Bogdan R, Taylor SJ. 1975. Introduction to qualitative research methods: a phenomenological approach to the social sciences. J. Wtley: New York, 266p.

BRASIL. CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Projeto Geobank. 2017. Disponível em: http://geosgb.cprm.gov.br/. Acessado em: 24 de novembro de 2017.

Carvalho-Neta ML, Ribeiro SC, Marçal MS, Lima GG. 2014. Mapeamento etnogeomorfológico do distrito de Arajara, Barbalha/CE. Revista Geonordeste, Edição especial 4, (10)1:208-212.

Casseti W. 1991. Ambiente e apropriação do relevo. Contexto: São Paulo, 147p.

Christofoletti A. 1980. Geomorfologia. Editora Blucher: São Paulo, 188p.

Diegues ACS. 1996. O mito moderno da natureza intocada. Hucitec: São Paulo, 169p.

Laville C, Dionne J. 1999. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Artmed: porto alegre; Editora UFMG: Belo Horizonte, 340p.

Lima IMMF. 1987. Relevo piauiense: uma proposta de classificação. Carta Cepro. Teresina, (2)2:55-84.

Lira-Filho MAS. 2011. Análise geoecológica da bacia hidrográfica do Rio Mulato. Universidade Federal do Piauí, Departamento de Geografia, 83p.

Lopes VM, Ribeiro SC. 2016. Etnogeomorfologia e Paisagem. Revista de Geociências do Nordeste, 2 (especial), 212-220.

Lopes VM, Pereira CEG. 2014. O homem, o relevo e a cultura: Etnogeomorfologia sertaneja na região Sul do Ceará – Brasil. Anais do VI Congresso Iberoamericano de Estudios Territoriales y Ambientales, São Paulo, 3164-3181.

Ribeiro SC. 2012. Etnogeomorfologia sertaneja: proposta metodológica para a classificação das paisagens da sub-bacia do rio Salgado/CE. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de Geografia, 282p.

Ribeiro SC. 2015. Etnogeomorfologia sertaneja – estudo dos conhecimentos dos produtores rurais do Sítio Canabravinha, distrito de Palestina do Cariri – Mauriti/CE acerca dos processos morfodinâmicos. Revista Geosaberes, 6(2): 103–112.

Rodrigues GS. 2012. Impactos ambientais da agricultura. In: Hammes VS. (Ed. Técnico). Educação ambiental para o desenvolvimento sustentável: Julgar: percepção do impacto ambiental, Brasília/DF: Embrapa, p. 143-147.

Souza JCO. 2013. Identificação de geossistemas e sua aplicação no estudo ambiental da bacia hidrográfica do rio São Miguel – Alagoas. Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Ciências Geográficas, 213p.

Tuan Yi-Fu. 1983. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Difel: São Paulo, 250p.

Downloads

Publicado

2019-07-31

Como Citar

RIBEIRO, K. V.; RIBEIRO, K. V.; ALBUQUERQUE, E. L. S.; BARROS, R. F. M. de. Do ver ao saber: etnogeomorfologia por moradores de uma comunidade rural no estado do Piauí. Gaia Scientia, [S. l.], v. 13, n. 1, 2019. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2019v13n1.39807. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/gaia/article/view/39807. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>