Como os professores de biologia concebem a diversidade cultural: influências para o diálogo intercultural e proposta para a formação docente

Autores

  • Maria das Graças de Santana Bispo Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Geilsa Costa Santos Baptista Universidade Estaudal de Feira de Santana http://orcid.org/0000-0002-5871-0115

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2019v13n2.42403

Resumo

Este artigo apresenta e discute os resultados de uma pesquisa qualitativa que teve por objetivo identificar quais são as concepções que os professores de biologia possuem acerca da diversidade cultural presente nas escolas onde atuam e como essas concepções podem influenciar no diálogo intercultural. Realizamos entrevista semiestruturada com 5 professores de biologia e as análises aconteceram de maneira indutiva e em diálogo com a literatura da área de ensino de ciências, a partir de transcrição e categorização. Nossos resultados apontam que os professores concebem como importante a consideração da diversidade cultural, embora existam dificuldades que remetem às suas formações inicial e/ou continuada. Sugerimos abordagens que contribuam para a formação docente culturalmente sensível, o que inclui dimensões da história e da filosofia da ciência bem como da etnobiologia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria das Graças de Santana Bispo, Universidade Estadual de Feira de Santana

Bolsista de Iniciação Científica, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); Grupo de Investigação em Etnobiologia e Ensino de Ciências(GIEEC).

Geilsa Costa Santos Baptista, Universidade Estaudal de Feira de Santana

Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1995), Especialização em Saude Aplicada ao Ensino de Biologia pela Universidade Federal da Bahia (2000), Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela Universidade Federal da Bahia (2007) e Doutorado em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela Universidade Federal da Bahia (2012). Participa como membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC) e do Laboratório de Ensino, Filosofia e História da Biologia (LEFHBio-UFBA). É professora Titular no Departamento de Educação da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA e no Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (UFBA-UEFS). Coordena o Grupo de Investigações em Etnobiologia e Ensino de Ciências (GIEEC-UEFS) Tem experiência e trabalhos publicados na área de Ensino de Ciências e Formação de Professores de Ciências (Biologia). Atua na pesquisa principalmente nos seguintes temas: conhecimento tradicional, etnobiologia, educação científica e diversidade cultural, ensino e formação de professores de biologia.

Referências

BAPTISTA, G. C. S. 2012. A etnobiologia e sua importância para a formação do professor de ciências sensível à diversidade cultural: indícios de mudanças das concepções de professoras de biologia do estado da Bahia. Tese de doutorado em Ensino, Filosofia e História das Ciências, Salvador, Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

BAPTISTA, G. C. S. 2014. Do cientificismo ao diálogo intercultural na formação de professores e ensino de ciências, Interações, 311, 28-53.

BRASIL. 2012. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Normas para pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília.

CAMPOS, M. D. 2002. Etnociências ou etnografia de saberes, técnicas e práticas. In: AMOROSO, M. C. de M. et al. Métodos de coleta e análise de dados em etnobiologia, etnoecologia e disciplinas correlatas. São Paulo: UNESP/CNPQ, 46-92.

CANEN, A. 2001. Universos culturais e representações docentes: subsídios para a formação de professores para a diversidade cultural. Educação & Sociedade, 77, 207-227.

CANEN, A.; XAVIER, G. P. de M. 2011. Formação continuada de professores para a diversidade cultural: ênfases, silêncios e perspectivas. Revista Brasileira de Educação, Belo Horizonte, 16 (48), 641-813.

CANDAU, V. M. 2008.Direitos humanos, educação interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, 13(37), 45- 185.

COBERN, W. W.; LOVING, C. C.2001. Defining science in a multicultural world: Implications for science education. Science Education, 85, 50-67.

EL-HANI, C. N.; MORTIMER, E. F. 2007. Multicultural education, pragmatism, and the goals of science teaching. Culture Studies of Science Education, 2, 657-702.

FEITOSA, R. A.; LEITE, R. C. M. 2012. A formação de professores de ciências baseada em uma associação de oficio. Revista ensaio, Belo Horizonte, 14(1), 35-50.

FERREIRA, C. A. L. 2015. Pesquisa quantitativa e qualitativa: perspectivas para o campo da educação. Revista mosaico, Brasília, 8(2), 173-182.

FLEURI, R. M. 2001.Desafíos a educação intercultural no Brasil. Educação sociedade e cultura, 16, 45- 62.

FLEURI, R. M. 2003. Intercultura e educação. Revista Brasileira de Educação, 23, 16-35.

GIL-PÉREZ, D.; VILCHES. 2005. Inmersión en la cultura científica para la toma de decisiones ¿necesidad o mito? Revista Eureka sobre Enseñanza y Divulgación de las Ciencias, 2(3), 302-329.

GOMES, R. de C. M. 2011. A formação dos professores no contexto atual. Revista de Educação, 14(18), 103-125.

LÜDKE, M. 2001. A complexa relação entre o professor e a pesquisa. In: André, M. (Org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. Campinas: Papirus, 27-54.

MARQUES, J. G. W. 2001. Pescando Pescadores. 2ª Ed., São Paulo: NUPAUBUSP.

MARTINS, H. T. de S. 2004. Metodologia qualitativa de pesquisa. Educação e Pesquisa, 30(2), 289-300.

MATTHEWS, M. R. 1995. História, filosofia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação. In: Cadernos Catarinense de Ensino de Física, 12(13), 164-214.

MIORANZA, A. J.; ROESCH, I. C. 2010. A diversidade cultural no cotidiano da sala de aula. In: Simpósio Nacional de Educação, 2., Cascavel. 1, 1-13.

MORTIMER, E. F.; SCOTT, P. H. 2002. Atividades discursivas nas salas de aula de ciências: uma ferramenta sóciocultural para analisar e planejar o ensino. Investigações em Ensino de Ciências, 3(3).

NÓVOA, A. (Org.). 1992. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote.

NÓVOA, A. 2001. Professor se forma na escola. Revista Nova Escola, São Paulo, 142, 13-15.

PENITENTE, L. A. de A.; CASTRO, R. M.de. 2010. A História e Filosofia da ciência: contribuições para o ensino de ciências e para formação de professores. Pesquiseduca, São Paulo, 2(4), 232-244.

POSEY, D. A. 1997. Etnobiologia: teoria e prática. In: Ribeiro D (ed.). Suma Etnológica Brasileira, 115. Edição atualizada do Handbook of South American Indians. 3a Edição, v. 1, Petrópolis: Vozes/FINEP.

RAMÍREZ, T. 1995.El rol docente-investigador en Venezuela ¿Mito o realidad? Venezuela: Ed. Núcleo de investigaciones filosóficas del IPC, 62 p.

SAVIANI, D. 2008. História da história da educação no Brasil: um balanço prévio e necessário. Eccos Revista Científica, 10(Esp).

SCHÖN, D. A. 1992. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, António. Os professores e sua formação. Lisboa - Portugal: Dom Quixote.

SELLES, S. E. 2002. Formação Continuada e desenvolvimento profissional de professores de ciências: anotações de um projeto. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 2(2), 1-15.

SILVA, P. S. A. da; CHAVES, S. N. 2009. Epistemologia, ética e política na formação de professores de ciências. In: Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 11(2), 230-244.

SILVA, V. A. da; REBOLO, F. 2017. A educação intercultural e os desafios para a escola e para o professor. Interações (campo Grande), 18(1), 180-190. http://dx.doi.org/10.20435/1984-042x-2017-v.18-n.1(14).

TEIXEIRA, L. C. R. S.; OLIVEIRA, A. M. 2005. A relação teoria-prática na formação do educador e seu significado para a prática pedagógica do professor de biologia. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. (Belo Horizonte), Belo Horizonte, v. 7, n. 3, p. 220-242, Dec.

TRÉZ, T. de A. 2011. Feyerabend, interculturalismo e etnobiologia: algumas possíveis articulações no ensino de Biologia. Biotemas, 3(24), 129-140.

VILELA-RIBEIRO, E. B.; BENITE, A. M. C. 2009.Concepções sobre natureza da ciência e ensino de ciências: um estudo das interações discursivas em um Núcleo de Pesquisa em Ensino de Ciências. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 9(1), 1-21.

Downloads

Publicado

2019-09-26

Como Citar

BISPO, M. das G. de S.; BAPTISTA, G. C. S. Como os professores de biologia concebem a diversidade cultural: influências para o diálogo intercultural e proposta para a formação docente. Gaia Scientia, [S. l.], v. 13, n. 2, 2019. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2019v13n2.42403. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/gaia/article/view/42403. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)