Estrutura do componente arbóreo das florestas ciliares na Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga, Sul de Santa Catarina, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2019v13n3.44174Resumo
As florestas ciliares no sul de Santa Catarina têm sofrido recorrentes impactos, principalmente pela introdução de espécies animais e vegetais exóticas, pela pressão agrícola, pelo crescimento das cidades e pela extração do carvão mineral, sendo, no entanto, estruturalmente pouco conhecidas. Este estudo teve como objetivo determinar a estrutura do componente arbóreo em seus distintos estágios sucessionais em 29 fragmentos de Floresta Pluvial subtropical na bacia hidrográfica do rio Urussanga. Em cada fragmento florestal foram alocadas duas parcelas de 10 m × 10 m, perpendiculares à margem do rio, onde foram amostrados os indivíduos arbóreos com diâmetro do caule à altura do peito (DAP) ≥ 5cm. No total foram amostradas 119 espécies arbóreas. Os fragmentos em estágio médio de sucessão apresentaram maior riqueza (n = 86), seguido pelos de estágio avançado (n = 73) e em estágio inicial (n = 59), evidenciando que os fragmentos florestais ao longo da bacia hidrográfica do rio Urussanga se encontram em pleno processo de restauração ambiental.
Downloads
Referências
Alvares CA, Stape JL, Sentelhas PC, de Moraes Gonçalves, JL, Sparovek G. 2013. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift 22 (6): 711-728. https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507
Back Á.J. 2009. Caracterização Climática, in: Mineração de Carvão, Meio Ambiente E Desenvolvimento Sustentável No Sul de Santa Catarina: Uma Abordagem Interdisciplinar. pp. 17-33.
Bosa DM, Pacheco D, Pasetto MR, Santos R. 2015. Florística e estrutura do componente arbóreo de uma floresta ombrófila densa montana em Santa Catarina, Brasil. Revista Árvore, 39 (1): 49-58. https://doi.org/10.1590/0100-67622015000100005
Brackmann CE, Freitas EM. 2013. Florística arbórea e arbustiva de um fragmento de Mata Ciliar do arroio Boa Vista, Teutônia, RS, Brasil. Hoehnea 40 (2): 365-372. https://doi.org/10.1590/S2236-89062013000200007
Budke JC, Giehl ELH, Athayde, EA, Eisinger SM, Záchia RA. 2004. Florística e fitossociologia do componente arbóreo de uma floresta ribeirinha, arroio Passo das Tropas, Santa Maria, RS, Brasil. Acta Botânica Brasilica, 18 (2): 581-589. https://doi.org/10.1590/S0102-33062004000300016
Budowski G. 1965. Distribution of tropical American rain forest species in the light of successional processes. Turrialba, 15, 40-42.
Citadini-Zanette V, Santos R, Emerich KH, Pasetto MR, Cemin JG, Fernandes, MB. 2014. Composição florística de um fragmento florestal ciliar no Sul de Santa Catarina. Revista Tecnologia e Ambiente, 20, 55-70. https://doi.org/10.18616/ta.v20i0.1560
Citadini-Zanette V, Santos R, Emerich KH, Pasetto MR, Cemin JG, Fernandes MB. 2014. Composição florística de um Fragmento florestal Ciliar no Sul de Santa Catarina. Revista Tecnologia e Ambiente, 20, 55-70. https://doi.org/10.18616/ta.v20i0.1560
Colonetti S, Citadini-Zanette V, Martins R, Santos, Rocha E, Jarenkow JA. 2009. Florística e estrutura fitossociológica em floresta ombrófila densa submontana na barragem do rio São Bento, Siderópolis, Estado de Santa Catarina. Acta Scientiarum, 31 (4): 397-405. https://doi.org/10.4025/actascibiolsci.v31i4.3345
Connell JH., 1978. Diversity in Tropical Rain Forests and Coral Reefs. Science, 199 (4335): 1302-1310. https://doi.org/10.2307/1745369
Elias GA, Corrêa P, Citadini-Zanette V, Santos R. 2015. Arecaceae: Análise bibliométrica das espécies nativas do estado de Santa Catarina. Ciência e Natura, 37 (1): 85-92. https://doi.org/10.5902/2179460X15399
Elias GA, Santos. 2016. Produtos florestais não madeireiros e valor potencial de exploração sustentável da Floresta Atlântica no sul de Santa Catarina. Ciência Florestal, 26 (1): 249-262. https://doi.org/10.5902/1980509821117
Fernández D, Barquín J, Álvarez-Cabria M, Peñas FJ. 2014. Land-use coverage as an indicator of riparian quality. Ecological Indicators, 41, 165-174. https://doi.org/10.1016/J.ECOLIND.2014.02.008
Fierke MK, Kauffman JB. 2005. Structural dynamics of riparian forests along a black cottonwood successional gradient. Forest Ecology and Management, 215 (1-3): 149-162. https://doi.org/10.1016/J.FORECO.2005.06.014
Jia X, Wang Y, Shao M, Luo Y, Zhang C, 2017. Estimating regional losses of soil water due to the conversion of agricultural land to forest in China’s Loess Plateau. Ecohydrology, 10 (6): 18-51. https://doi.org/10.1002/eco.1851
Klein AS, Citadini-Zanette V, Lopes RP, Santos. 2009. Regeneração natural em área degradada pela mineração de carvão em Santa Catarina, Brasil. Revista Escola de Minas, 62 (3): 297-304. https://doi.org/10.1590/S0370-44672009000300007
Leitão Filho H, Pagano SN. 1993. Ecologia da Mata Atlântica em Cubatão, SP. Editora UNESP, Fundação para o Desenvolvimento da UNESP, 184 p.
Liu Y, Miao HT, Huang Z, Cui Z, He H, Zheng J, Han F, Chang X, Wu GL. 2018. Soil water depletion patterns of artificial forest species and ages on the Loess Plateau (China). Forest Ecology and Management, 417, 137-143. https://doi.org/10.1016/J.FORECO.2018.03.005
Lopes WP, Silva AF, Souza AL, Meira Neto JAA. 2002. Estrutura fitossocióloga de um trecho de vegetação arbórea no Parque Estadual do Rio Doce - Minas Gerais , Brasil. Acta Botânica Brasilica, 16 (4): 443-456. https://doi.org/10.1590/S0102-33062002000400007
Marchi TC, Jarenkow JA. 2008. Estrutura do componente arbóreo de mata ribeirinha no rio Camaquã, município de Cristal, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica, 63 (2): 241-248.
Molino JF, Sabatier D. 2001. Tree Diversity in Tropical Rain Forests: A Validation of the Intermediate Disturbance Hypothesis. Science, 23; 294 (5547): 1702-1704. https://doi.org/10.1126/science.1060284
Mueller-Dombois D, Ellenberg H. 2002. Aims and methods of vegetation ecology, 2 ed. ed. Wiley.196p.
Oliveira-Filho AT. 2009. Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina tropical e subtropical: proposta de um novo sistema - prático e flexível - ou uma injeção a mais de caos? Rodriguésia, 60 (2) 237-258. https://doi.org/10.1590/2175-7860200960201
Orlowski N, Kraft P, Pferdmenges J, Breuer L. 2016. Exploring water cycle dynamics by sampling multiple stable water isotope pools in a developed landscape in Germany. Hydrology and Earth System Sciences, 20 (9): 3873-3894. https://doi.org/10.5194/hess-20-3873-2016
Peña-Claros M. 2003. Changes in Forest Structure and Species Composition during Secondary Forest Succession in the Bolivian Amazon. Biotropica, 35 (4): 450. https://doi.org/10.1646/01078
Ravazzoli C. 2013. A Problemática Ambiental do Carvão em Santa Catarina: Sua Evolução Até os Termos de Ajustamento de Conduta Vigente Entre os Anos de 2005 e 2010. Geografia em Questão, 6 (1): 179-201.
Reitz R, Klein RM. 1974. Arecaceae, in: Reitz, R. (Ed.), Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, pp. 1-189.
Reitz R, Klein RM. 1964. O reino vegetal de Rio do Sul. Sellowia, 16, 9-118.
Ribeiro TM, Martins SV, Lana VM, Silva KA. 2011. Sobrevivência e crescimento inicial de plântulas de Euterpe edulis Mart. transplantadas para clareiras e sub-bosque em uma Floresta Estacional Semidecidual, em Viçosa, MG. Revista Árvore, 35 (6): 1219-1226. https://doi.org/10.1590/S0100-67622011000700008
Rodrigues RR, Shepherd GJ. 1992. Análise da variação estrutural e fisionômica da vegetação e das características edáficas, num gradiente altitudinal na Serra do Japi: Jundiaí (SP), in: História Natural Da Serra Do Japi: Ecologia E Preservação de Uma Área Florestal No Sudeste Do Brasil. pp. 64-97.
Rodrigues VHP, Lopes S, Araújo GM, Schiavini I. 2010. Composição, estrutura e aspectos ecológicos da floresta ciliar do rio Araguari no Triângulo Mineiro. Hoehnea, 37 (1): 87-105. https://doi.org/10.1590/S2236-89062010000100006
Santos OA, Couceiro SRM, Rezende ACC, Silva. 2016. Composition and richness of woody species in riparian forests in urban areas of Manaus, Amazonas, Brazil. Landscape and Urban Planning, 150, 70-78. https://doi.org/10.1016/J.LANDURBPLAN.2016.03.004
Santos R., Citadini-Zanette V, Leal-Filho LS, Hennies WT. 2008. Spontaneous Vegetation on Overburden Piles in the Coal Basin of Santa Catarina, Brazil. Restoration Ecology, 16 (3): 444–452. https://doi.org/10.1111/j.1526-100X.2007.00309.x
Sawczuk AR, Figueiredo Filho A, Dias AN, Watzlawick LF, Stepka TF. 2012. Alterações na estrutura e na diversidade florística no período 2002-2008 de uma floresta ombrófila mista montana do centro-sul do Paraná, Brasil. Floresta, 42 (1): 1-10. https://doi.org/10.5380/rf.v42i1.26286
Sevegnani L, Silva TC, Gasper AL, Meyer L, Verdi M. 2012. Flora Arbórea e o Impacto Humano nos Fragmentos Florestais na Bacia do Rio Pelotas, Santa Catarina, Brasil. Rev. Estud. Ambient. 14 (1): 60-73. https://doi.org/10.7867/1983-1501.2012V14N1P60-73
Sijtsma K, Emons WHM. 2010. Nonparametric statistical methods, in: International Encyclopedia of Education, Wiley Series in Probability and Statistics. Wiley, pp. 347-353. https://doi.org/10.1016/B978-0-08-044894-7.01353-1
Smith L, Downs R, Klein RM. 1988. Euforbiáceas, in: Reitz, R. (Ed.), Flora Ilustrada Catarinense. pp. 1-408.
Sun J, Yu X, Wang H, Jia G, Zhao Y, Tu Z, Deng W, Jia J, Chen J. 2018. Effects of forest structure on hydrological processes in China. Journal of Hydrology, 561, 187-199. https://doi.org/10.1016/j.jhydrol.2018.04.003
Trindade MJ, Lameira OA. 2015. Espécies úteis da família Euphorbiaceae no Brasil. Revista Cubana de Plantas Medicinais, 19, 1-23.
Venzke TS, Martins SV. 2013. Aspectos florísticos de três estágios sucessionais em mata ciliar em Arroio do Padre, extremo sul do Brasil. Floresta 43, 191-204. https://doi.org/10.5380/rf.v43i2.27667
