Organização da informação em prontuários de pacientes: uma abordagem Popperiana

Autores/as

  • Mauricio B. Almeida UFMG
  • André Queiroz Andrade Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais

Resumen

Prontuários de pacientes são documentos essenciais para a condução das práticas de cuidados à saúde. A quantidade, a variedade e a complexidade dos dados contidos em prontuários de pacientes têm exigido o uso de sistemas de informação em saúde, objetivando melhor atendimento aos envolvidos, sejam profissionais de saúde ou pacientes. Nos últimos anos, duas abordagens para organização da informação têm sido amplamente adotadas para fundamentar sistemas de informação em saúde: as ontologias e os modelos de informação em saúde. No presente artigo, desenvolve-se um esquema de análise baseado na teoria dos três mundos de Karl Popper com o objetivo de explicar as operações que tem lugar quando da criação e da manipulação de um prontuário de pacientes em atendimentos clínicos. Através desse esquema é possível distinguir diferentes tipos de dados presentes em um prontuário, o que proporciona melhor entendimento da documentação médica e melhores possibilidades de uso dessa documentação como fonte de dados para as duas abordagens de organização da informação citadas. O esquema proposto identifica quatro tipos principais de dados e é testado em uma descrição de um caso clínico. Finalmente, apresentam-se considerações e recomendações sobre o uso dos tipos de dados identificados em sistemas de informação em saúde.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Mauricio B. Almeida, UFMG

Pós-Doutor pela State University of New York at Buffalo. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais.

 

André Queiroz Andrade, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais

Citas

ABBOTT, R. Subjectivity as a concern for information science: a popperian perspective. Jour-nal of Information Science, London, v. 30, n. 2, p. 95-106, Apr. 2004.

ALMEIDA, M. B.; BARBOSA, R.R. Ontologies in knowledge management support: a case study. Journal of the American Society of Information Science and Technology, New York, v.60, n. 10, p. 2032-2047, Oct. 2009.

BAKER, P. G. et al. An ontology for bioinformatics applications. Bioinformatics, Oxford, v. 15, n.6, p. 510-520, Feb. 1999.

BAWDEN, D. The three worlds of health information. Journal of Information Science, London, v. 28, n. 1. p. 51-62, Feb. 2002.

BICKLEY, L. S.; SZILAGYI, P. G. Bates' guide to physical examination and history taking. New York: Lippincott Williams & Wilkins, 2009.

BODENREIDER, O.; SMITH, B.; BURGUN, A. The ontology-epistemology divide: a case study in medical terminology. In: CONFERENCE ON FORMAL ONTOLOGY IN INFORMATION SYSTEMS, 3., 2004, Turin. Anais... Turin: IOS Press, 2004. p. 185-195.

BRINKMAN, R. R. et al. Modeling biomedical experimental processes with OBI. Journal of Bi-omedical Semantics, London, v. 1, n. 22, 2010. Supplementum 1.

FUCHS, N. E. et al. Attempto controlled english: a knowledge representation language reada-ble by humans and machines. Reasoning Web LNCS, Malta, 3564, p. 213-250, Jul. 2005.

GALVÃO, M. C. B.; RICARTE, I. L. M. Prontuário do paciente. Rio de Janeiro: Guanabara Ko-ogan, 2012.

GRENON, P.; SMITH, B.; GOLDBERG, L. Biodynamic ontology: applying BFO in the biomedi-cal domain. Studies in Health Technology and Informatics, Amsterdan, v. 102, p. 20-38, Feb. 2004.

HAUX, R.; KNAUP, P.; LEINER, F. On educating about medical data management: the other side of the electronic health record. Methods of Information in Medicine, Stuttgart, v. 46, n. 1, p. 74-79, Feb. 2007.

MACLEOD, Mary C.; RUBENSTEIN, Eric M. Universals. In: INTERNET Encyclopedia of Phi-losophy. Disponível em: <http://www.iep.utm.edu/universa/>. Acesso em: 28 jun. 2011.

MEZZOMO, A. A. Serviço de prontuário do paciente: organização e técnica. São Paulo: Cen-tro São Camilo de Desenvolvimento da Saúde, 1982.

MILLER, A. Realism. In: STANFORD Encyclopedia of Philosophy. Disponível em: <http://plato.stanford.edu/entries/realism/>. Acesso em: 25 jul. 2011.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Gabinete do ministro, 2011. Portaria nº 2.073, de 31 de agosto de 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2073_31_08_2011.html>. Acesso em: 20 dez. 2011.

MUNN, K.; SMITH, B. Applied ontology: an introduction. Frankfurt: Ontos Verlag, 2008.

POPPER, K.R.; ECCLES, J.C. The self and its brain: an argument for interactionism. Berlim: Springer Verlag, 1977.

POTTIER, P.; PLANCHON, B. Description of the mental processes occurring during clinical reasoning. Revue De Medecine Interne, Issy-Les-Moulineaux, v. 32, n. 6, p. 383-390, Jun. 2011.

ROSS, J.J.; VAIDYA, A.; KAISER, U.B. Lying low. New England Journal of Medicine, 2011. Disponível em: <http://www.nejm.org/multimedia/interactive-medical-case>. Acesso em: 23 abr. 2012.

SCHEUERMANN, R.H.; CEUSTERS, W.; SMITH, B. Toward an ontological treatment of dis-ease and diagnosis. In: 2009 American Medical Informatics Association SUMMIT ON TRANSLATIONAL BIOINFORMATICS, 2009. San Francisco. Anais... San Francisco: Ameri-can Medical Informatics Association , 2009. p. 116-120.

SCHULZ, S.; BROCHHAUSEN, M.; HOEHNDORF, R. Higgs bosons, mars missions, and uni-corn delusions: how to deal with terms of dubious reference in scientific ontologies. In: INTERNATIONAL CONFERENCE OF BIOMEDICAL ONTOLOGIES. 2., 2011. Buffalo. Anais... Buffalo: State University of New York, 2011. p. 183-189.

SCHULZ, S. et al. Bridging the semantics gap between terminologies, ontologies, and infor-mation models. Studies in Health Technology and Informatics, Freiburg, v. 160, n. 2, p. 1000-1004, Jan. 2010.

SMITH, B. Beyond concepts: ontology as reality representation. In: CONFERENCE ON FORMAL ONTOLOGY IN INFORMATION SYSTEMS, 3., 2004, Turin. Anais... Turin: IOS Press, 2004. p. 73-84.

SMITH, B. From concepts to clinical reality: an essay on the benchmarking of biomedical ter-minologies. Journal of Biomedical Informatics, New York, v. 39, n. 3, p. 288-298, Jun. 2006.

SMITH, B. et al. The OBO Foundry: coordinated evolution of ontologies to support biomedical data integration. Nature Biotechnology, Amsterdan, v. 25, n. 11, p. 1251-1255, Nov. 2007.

SMITH, B.; CEUSTERS, W. Ontological realism: a methodology for coordinated evolution of scientific ontologies. Applied Ontology, Philadelphia, v. 5, p. 139-188, Nov. 2010.

VICKERS, A.J.; BASCH, E.; KATTAN, M.W. Against diagnosis. Annals of Internal Medicine, Cleveland, v. 149, n. 3, p. 200-203, Aug. 2008.

Publicado

2014-06-15

Cómo citar

Almeida, M. B., & Andrade, A. Q. (2014). Organização da informação em prontuários de pacientes: uma abordagem Popperiana. Informação &Amp; Tecnologia, 1(1), 29–41. Recuperado a partir de https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/itec/article/view/19195

Número

Sección

ARTIGOS DE PESQUISA