Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher: uma análise institucional
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2525-5584.2019v4n1.31176Palabras clave:
Políticas Públicas de Saúde, Gênero, Institucionalismo, Movimento Feminista.Resumen
O artigo analisa a influência do movimento feminista na construção do PAISM (Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher), uma das principais políticas públicas voltadas às questões de gênero no Brasil, utilizando para tanto os marcos referenciais da teoria institucional. A fundamentação teórica do trabalho reside no chamado novo institucionalismo, entendido como uma importante perspectiva interpretativa, na medida em que destaca os aspectos simbólicos da produção e reprodução de políticas implementadas pelas organizações, para compreensão dos avanços, revezes e conquistas do movimento feminista em torno dos direitos de saúde da mulher. Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa, baseada no acesso a fontes de dados secundários sobre o PAISM. Os resultados da análise indicam que os avanços do movimento feminista, tanto no âmbito internacional quanto nacional, somados ao contexto de redemocratização, resultaram em decisiva influência da sociedade civil na configuração de políticas de saúde voltadas às mulheres, buscando não apenas garantir melhores formas de acesso à saúde, mas também ampliar a compreensão da sociedade brasileira sobre as relações de gênero na contemporaneidade. A discussão a partir dos fundamentos do novo institucionalismo permitiu incorporar atores não governamentais e movimentos da sociedade civil na análise de políticas públicas, postura tão cara ao campo da gestão social.
Descargas
Citas
Andrade, J. A. (2006, maio/agosto). Redes De Atores: Uma Nova Forma De Gestão Das Políticas Públicas No Brasil? Gestão & Regionalidade, 64.
Amorim, L.T. (2011, agosto). Gênero: Uma Construção Do Movimento Feminista? Anais II Simpósio Gênero e Políticas Públicas, Universidade Estadual de Londrina, PR, Brasil.
Arretche, M. (1996), Mitos Da Descentralização: Mais Democracia E Eficiência Nas Políticas Públicas. Revista Brasileira De Ciências Sociais, 31 (11), 44-66.
_________ (Org.) (2004). O Associativismo Em São Paulo. São Paulo: Editora Da Unesp.
Berger, P. & Luckmann, T. (2008). A Construção Social Da Realidade. Petrópolis, Vozes.
Bruschini, C. (2007, setembro/dezembro). Trabalho e gênero no Brasil nos últimos dez anos. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, 37 (132), 537-572.
Cavalcante, P. (2011, novembro/dezembro). Descentralização De Políticas Públicas Sob A Ótica Neo Institucional: Uma Revisão De Literatura. Revista De Administração Pública, Rio De Janeiro (45) 6, 1781-1804.
Carvalho, C. A., Goulart, S., & Vieira, M. M. F. (1999). A Inflexão Conservadora Na Trajetória Histórica Da Teoria Institucional. Anais do encontro Anual Da Associação Nacional Dos Programas De Pós-Graduação Em Administração, 28, Curitiba, PR, Brasil.
Chies, P. V. (2010, maio/agosto) Identidade De Gênero E Identidade Profissional No Campo De Trabalho. Estudos Feministas, Florianópolis, 18 (2), 507-528.
Costa, A. M. (1999). Desenvolvimento e Implantação do Paism no Brasil. In Giffin, K., & Costa, S. H. (Orgs). Questões Da Saúde Reprodutiva. Rio De Janeiro: Ed. Fiocruz.
Descarries, F. (2000). Teorias Feministas: Liberação e Solidariedade no Plural. Textos De História Feminismo Teorias E Perspectivas (UNB), Brasília 8 (1/2).
Devreux A. M. (2009). Família. In Saboia, V. A. (Trad.) Hirata, H., Laborie, F., Le Doaré, H., & Senotier, D. (Org.). Dicionário Crítico do Feminismo (pp. 96-101). São Paulo: Editora Unesp.
Dimaggio, P. J.; Powell, W. W. (2005). A Gaiola De Ferro Revisitada: Isomorfismo Institucional E Racionalidade Coletiva Nos Campos Organizacionais. Revista De Administração De Empresas, 45 (2), 74-89.
Escorel, S. (1998). Reviravolta Na Saúde. Origem e Articulação do Movimento Sanitário. Rio De Janeiro: Editora Fiocruz.
Farah, M. F. S. (2004, janeiro/abril) Gênero e Políticas Públicas. Estudos Feministas, Florianópolis, 12 (1), 47-71.
Fleury, S. (1999). Políticas Sociales Y Ciudadanía. Indes/Bed: Washington.
Fonseca, V. S. (2003). Abordagem Institucional Nos Estudos Organizacionais: Bases Conceituais e Desenvolvimentos Contemporâneos. In: Vieira, M. M. F.; Carvalho, C. A. (Orgs.). Organizações, Instituições E Poder No Brasil (pp. 47-66). Rio De Janeiro: FGV.
Fonseca Sobrinho, D. (1993) Estado E População: Uma História Do Planejamento Familiar No Brasil. Rio De Janeiro: Rosa Dos Tempos/Fnuap.
Fougeyrollas-Schwebel, D. (2009). Movimentos Feministas. In Saboia, V. A. (Trad.) Hirata, H., Laborie, F., Le Doaré, H., & Senotier, D. (Org.). Dicionário Crítico do Feminismo (pp. 144-149). São Paulo: Editora Unesp.
Gohn, M. G. (2003). Movimentos Sociais No Início Do Século Xxi: Antigos E Novos Atores Sociais. Petrópolis/RJ: Vozes.
Hall, P. & Taylor, R. C. R. (2003). As Três Versões Do Neo-Institucionalismo. Lua Nova, Nº 58, 193-224.
Hjort-Madsen, K. (2006). Enterprise Architecture Implementation and Management: A Case Study On Interoperability. 39th Hawaii International Conference On System Sciences. Ieee Computer Society, Kauia, HI, Estados Unidos.
Jensen, M. E. & Meckling, W. (1976). Theory Of The Firm: Managerial Behavior, Agency Cost, And Ownership Structure. Journal Os Financial Economics, 3, 305-360.
Juteau-Lee, D. (2009). Etnicidade e Nação. In Saboia, V. A. (Trad.) Hirata, H., Laborie, F., Le Doaré, H., & Senotier, D. (Org.). Dicionário Crítico Do Feminismo. São Paulo: Unesp, 2009. pp. 90-96.
Lunardi, G. L. (2008). Um Estudo Empírico E Analítico Do Impacto Da Governança De Ti No Desempenho Organizacional. (Tese de Doutorado) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Administração, Porto Alegre.
Machado-Da-Silva, C. L. & Gonçalves, S. A. (1998). Nota Técnica; A Teoria Institucional. In: Clegg, S. R.; Hardy, C; Nord, W. Handbook De Estudos Organizacionais: Modelos De Análise E Novas Questões Em Estudos Organizacionais. Vol. 1. São Paulo: Atlas.
Mesquita, C. C. de (2011). Saúde Da Mulher E Redemocratização: Ideias e Atores Políticos Na História Do Programa De Assistência Integral À Saúde Da Mulher. Congresso Luso-Afro-Brasileiro De Ciências Sociais. UFBA.
Meyer, J. W. & Rowan, B. (1977). Organizações Institucionalizadas: Estrutura Formal Como Mito Cerimónia. American Journal Of Sociology, 83 (2), 340-363.
Milani, C. R. S. (2008, maio/junho). O Princípio Da Participação Social Na Gestão De Políticas Públicas Locais: Uma Análise De Experiências Latino-Americanas E Europeias. Revista De Administração Pública, Rio de Janeiro, 42 (3), 551-79.
Miranda, C. M. (2009). Os Movimentos Feministas E A Construção De Espaços Institucionais Para A Garantia Dos Direitos Das Mulheres No Brasil. NIEM / UFRGS.
Oliveira, A. R. De; Gaio, L. E., & Bonacim, C. A. G. (2009). Relações de gênero e ascensão feminina no ambiente organizacional: um ensaio teórico. Revista de Administração da UFSM, 2 (1), 80-97.
Pedro, C. B., Guedes, O. de S. (2010). As Conquistas Do Movimento Feminista Como Expressão Do Protagonismo Social Das Mulheres. Anais Do I Simpósio Sobre Estudos De Gênero E Políticas Públicas, Universidade Federal de Londrina, PR, Brasil.
Pinto, C. R. J. (2010, junho). Feminismo, História e Poder. Revista Sociologia Política, Curitiba, 18 (36), 15-23.
Prates, A. A. (2000). Organização e Instituição no Novo Institucionalismo, Teoria & Sociedade, Belo Horizonte, 5, 123-146.
Reed, M. (2006). Teoria Organizacional: Um Campo Historicamente Contestado. In: Clegg, S., Hardy, C., & Nord, W. Handbook De Estudos Organizacionais. 3ª Ed. São Paulo: Atlas.
Selznick, P. (1996, junho). Institutionalism "Old" And "New". Administrative Science Quarterly, 41 (2), 270-277.
Scott, W. R. (2001, dezembro). The Adolescence Of Institutional Theory. Administrative Science Quarterly, 32 (4), 493-511.
Tolbert, P. S. & Zucker, L. G. (1998). A Institucionalização Da Teoria Institucional. In Clegg, S. R.; Hardy, C; Nord, W. Handbook De Estudos Organizacionais: Modelos De Análise E Novas Questões Em Estudos Organizacionais (pp.196-219). São Paulo: Atlas.
Vilas Boas, L.H. De B. et al (2003, jul./ago./set.). Relações De Gênero Nas Organizações: Um Estudo No Setor De Vendas De Veículos. Revista De Administração, São Paulo, 38 (3), 219-229.
Wallerstein, N. (1994). Empowerment Education Applied To Youth. In: Mattiella, A.C. The Multicultural Challange In Heath Education. Santa Cruz (California): Etr Associates Publishers.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).