Democracia(s)?

Algumas considerações sobre abertura política de 1945 na (entre)vista de José Américo e no Manifesto Mineiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.54540

Palavras-chave:

Democracia, Pátria, Tempo, História dos Conceitos

Resumo

Tomada pelos próprios sujeitos da época como uma referência, as declarações do Sr. José Américo de Almeida ao impresso do Rio de Janeiro, Correio da Manhã, foram celebradas e reproduzidas por atender interesses partidários específicos e inaugurar na imprensa a campanha eleitoral, ainda que velada, por Eduardo Gomes a presidência, da incerta eleição de 1945. Retomamos aqui, esta conhecida entrevista e o Manifesto Mineiro, dentre tantas outras manifestações em prol da abertura política de 1945, tentando perceber quais as concepções empreendidas sobre a noção de democracia por estes atores que se construíram como “democratas”, mas que ao cabo se reuniram sob a sigla partidária da União Democrática Nacional (UDN). Não se trata de considerar se a partir de 1945 o Brasil vivenciou ou não uma democracia, afinal há uma historiografia que já bem ressaltou o caráter democrático deste período como nossa primeira experiência; mesmo em meio as contradições autoritárias. Mas sim de refletir sobre alguns dos marcos produzidos sobre aquele momento e principalmente entender como os sujeitos definiram e manejaram compreensões sobre o conceito de democracia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cintya Chaves, Universidade Federal do Ceará

Cintya Chaves é doutoranda em História Social pelo PPGH da Universidade Federal do Ceará. Mestre em História e Culturas, pelo PPGH da Universidade Estadual do Ceará. Graduada em Licenciatura Plena em História pela Faculdade de Filosofia D. Aureliano Matos/UECE. Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira pela Faculdade de Selvíria. Atualmente é Professora Substituta na UECE – Campus Limoeiro do Norte/FAFIDAM e da Universidade Aberta do Brasil (UAB)/UECE, atuando nas áreas de Teoria e Metodologia da História e Ensino de História.

Referências

BENEVIDES, Maria Vitória. A UDN e o udenismo: Ambiguidades do liberalismo brasileiro (1945-1965). São Paulo: Paz e Terra, 1981.

BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política – ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas, vol. 1, 2. ed., São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco (org.). Dicionário de política. 11. ed. Brasília: Editora UnB, 2007, vol. 1.

BRUM, Argemiro. Democracia e Partidos Políticos no Brasil. Ijuí.: UNIJUÍ, 1988.

CALIL. Gilberto Crassi. Reflexões sobre a historiografia da redemocratização brasileira de 1945. Revista Tempos Históricos M. C. Rondon v. 3, n. 1, p. 91-120, 2001.

CARVALHO, José Murilo. Vargas e os Militares: Aprendiz de Feiticeiro. In: D’ ARAÚJO, Maria Celina (org.). As instituições da Era Vargas. Rio de Janeiro: EdUERJ/ FGV,1999, p. 55-81.

CATROGA, Fernando. Pátria e Nação. Temas essenciais, 2012. Disponível em: http://www.humanas.ufpr.br/portal/cedope/files/2011/12/P%C3%A1tria-e-Na%C3%A7%C3%A3o-Fernando-Catroga.pdf. Acesso em: 13 maio 2020.

CHALOUB, Jorge Gomes de Souza. O liberalismo entre o espírito e a espada: a UDN e a República de 1946. Tese (Doutorado em Ciência Política). Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2015.

CERTEAU, Michel de. O ausente. In: CERTEAU, Michel de. História e psicanálise: entre ciência e ficção. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Belo Horizonte: Autêntica, 2011, p. 179-188.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 4. ed. São Paulo: Edusp, 1996.

FERREIRA, Jorge. A democratização de 1945 e o movimento queremista. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almdeia N. (org.). O Brasil republicano. O tempo da experiência democrática. Da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. vol. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 15-46.

FURTADO FILHO, João Ernani. Modernismo Café-com-Leite: Intelectuais, Arte e Política, 1922-1945. Revista Trajetos. Fortaleza: Departamento de História da UFC, v. 3, n. 6, p. 85-100, 2005.

GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

HOBSBAWM, Eric. O apogeu do nacionalismo: 1918-1950. In: HOBSBAWM, Eric. Nações e Nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Tradução de Maria Celia Paoli, Ana Maria Quirino. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 159-194.

KOSELLECK, Reinhart. Historias de conceptos: estudios sobre semántica y pragmática del lenguaje político y social. Tradução de Luis Fernández Torres. Madrid: Editorial Trotta, 2012. (Ciencias Sociales).

LENHARO, Alcir. A sacralização da política. Campinas, SP: Papirus, 1986.

MARANHÃO, Ricardo; ALMEIDA Jr, Antônio Mendes (org.) A era Vargas. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1982.

NAPOLITANO, Marcos. Da crise do Estado Novo nasce uma República democrática. In: NAPOLITANO, Marcos. História do Brasil República – da queda da Monarquia ao fim do Estado Novo. 1. ed., 2ª reimpr. São Paulo: Contexto, 2018. p. 155-171.

OLIVEIRA, Francisco Roberto de. A Redemocratização e a política partidária cearense. In: SOUZA, Simone (org.). A História do Ceará. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 1994. p. 391-403.

SOARES, Gláucio Ary Dillon. Os partidos políticos. In: SOARES, Gláucio Ary Dillon. A democracia interrompida. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2001. p. 85-136.

VELLOSO, Mônica Pimenta. Os intelectuais e a política cultural do Estado Novo. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO; Lucília de Almeida Neves (org.). O Brasil Republicano: O Tempo do Nacional-Estatismo da década de 1930 ao apogeu do Estado Novo. vol. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 145-179.

WEFFORT, Francisco Correia. Política de Massa. In: WEFFORT, Francisco Correia. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p. 15-78.

Downloads

Publicado

2020-11-18

Como Citar

CHAVES, C. Democracia(s)? Algumas considerações sobre abertura política de 1945 na (entre)vista de José Américo e no Manifesto Mineiro. Sæculum - Revista de História, [S. l.], v. 25, n. 43 (jul./dez.), p. 311–324, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.54540. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/srh/article/view/54540. Acesso em: 21 dez. 2024.