A administração das fileiras militares

A composição dos efetivos armados e as ações no sistema de provimentos da Capitania de Pernambuco (1740-1806)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2022v27n47.63805

Palavras-chave:

Provimentos, Tropas, Capitania de Pernambuco

Resumo

Este artigo aborda, em linhas gerais, algumas dificuldades enfrentadas na administração dos efetivos armados na capitania de Pernambuco, estudo que é balizado sob as duas modalidades de tropas mais difundidas nos territórios ultramarinos da Coroa portuguesa: ordenanças e auxiliares (milícias). Demonstrando que gerir estes efetivos na segunda metade do século XVIII era matéria de maior desgaste para os governadores, o presente artigo também se objetiva no estudo da composição e distribuição dessas organizações, onde se faz uma comparação matizada entre os contingentes das vilas de Penedo, Alagoas do Sul, Porto Calvo, Recife e da cidade de Olinda. Direcionando as atenções para a parte meridional da capitania de Pernambuco, propõe-se, por fim, uma análise sobre diversos registros de patentes coletados da Secretaria de Governo para constituir uma caracterização das ações motivadoras de novos provimentos no interior das companhias militares. Neste momento, sublinha-se que diversos mecanismos, como licenças, baixas, falecimentos podem ser entendidos à luz da circularidade ocorrida com os provimentos militares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Everton Rosendo dos Santos, Universidade Federal de Pernambuco

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (PPGH-UFPE). Mestre em História (2018) pela Universidade Federal Rural de Pernambuco e Graduado em História (2015) pela Universidade Federal de Alagoas. Membro do Grupo de Pesquisa Territórios Atlânticos (GETA) da Universidade Federal de Alagoas. O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES).

Referências

Fontes

Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), Pernambuco Avulsos, Cx. 58, D. 4958; Cx. 63, D. 5373; Cx. 88, Doc. 7184; Cx. 121, D. 9238; Cx. 115, D. 8812; Cx. 121, D. 9216.

AHU, Alagoas Avulsos, Cx. 2, D. 103; Cx. 3, D. 252; Cx. 5, D. 406; Cx. 6, D. 441.

Anais da Biblioteca Nacional (ANBN). Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, Volume 28, 1906.

Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE), Coleção Patentes Provinciais, 10 vols.

CAMPOS, José Roberto Monteiro de. Systema, ou coleção dos Regimentos Reais, contém os regimentos pertencentes à administração da Fazenda Real. Tomo IV, Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1785.

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Coleção Instituto Histórico. Lata 49, Doc: 32. Correspondência do governador de Pernambuco José César de Meneses com o Marquês de Lavradio e outros.

Referências

ALMEIDA, Suely Cordeiro de. Rotas Atlânticas: o comércio de escravos entre Pernambuco e a Costa da Mina (c. 1724-c. 1752). História (São Paulo), v. 37, 2018, p. 1-31. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-4369e2018022

BEZERRA, Janaína Santos. A fraude da tez branca: a integração de indivíduos e famílias pardas na elite colonial Pernambucana (XVIII). Recife, 2016. 323f. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Pernambuco.

BOXER, Charles R. O império marítimo português, 1415-1825. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

CAETANO, Antonio Filipe Pereira (org.). Da Comarca à Província das Alagoas: poder, administração e escravidão (séculos XVII-XIX). Maceió: Editora Viva, 2017.

CAETANO, Antonio Filipe Pereira (org.). Das partes sul a Comarca das Alagoas, Capitania de Pernambuco: ensaios sobre justiça, economia, poder e defesa (século XVII-XVIII). Maceió: Viva Editora, 2015.

CAETANO, Antonio Filipe Pereira. “Existe uma Alagoas Colonial”?: Notas preliminares sobre os conceitos de uma Conquista Ultramarina. Revista Crítica Histórica, Ano I, nº 1, p. 12-34, 2010. DOI: https://doi.org/10.28998/rchvl1n01.2010.0002

CAETANO, Antonio Filipe Pereira. Poder, administração e construções de identidades coloniais em Alagoas (séculos XVII-XVIII). Revista Ultramares, vol. 1, nº 2, p. 33-47, 2012.

COSTA, Ana Paula Pereira. Armas escravos em Minas colonial: potentados locais e suas práticas de reprodução social na primeira metade do século XVIII. Via Rica, 1711-1750. Tese (Doutorado em História). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2010.

FIGUEROA-RÊGO, João; OLIVAL, Fernanda. Cor da pele, distinção e cargos: Portugal e espaços atlânticos portugueses (séculos XVI a XVIII). Revista Tempo, n. 30, p. 115-145, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-77042011000100006

GOMES, José Eudes. As Milícias d’El Rey: tropas militares e poder no Ceará setecentista. Rio de Janeiro: FGV, 2010.

GUEDES, Roberto. Ofícios mecânicos e mobilidade social: Rio de Janeiro e São Paulo (sécs. XVII-XIX). Topoi, v. 7, n. 13, p. 379-423, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/2237-101X007013004

JESUS, Nauk M. de. Para uma história da organização militar na capitania de Mato Grosso. In: POSSAMAI, Paulo (Org.). Conquistar e Defender: Portugal, Países Baixos e Brasil. Estudo de história militar na Idade Moderna. São Leopoldo: Oikos, 2012, p. 311-325.

LARA Silvia Hunold. Fragmentos setecentistas: escravidão, cultura e poder na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

MELLO, Christiane Figueiredo Pagano de. Forças militares no Brasil colonial. Corpos de auxiliares e de ordenanças na segunda metade do século XVIII. Rio de Janeiro: E-papers, 2009.

MONTEIRO, Nuno Gonçalo. As reformas na monarquia pluricontinental portuguesa: de Pombal a dom Rodrigo de Sousa Coutinho. In: FRAGASO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). O Brasil Colonial. volume 3 (c. 1720 - c. 1821). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014, p. 111-156.

PEREGALLI, Enrique. Recrutamento militar no Brasil colonial. Campinas: Editora da UNICAMP, 1986.

POSSAMAI, Paulo (org.). Conquistar e Defender: Portugal, Países Baixos e Brasil. Estudo de história militar na Idade Moderna. São Leopoldo: Oikos, 2012.

POSSAMAI, Paulo. O cotidiano da guerra: a vida na colônia do Sacramento. Tese (Doutorado em História). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2001.

RAMINELLI, Ronald. Nobrezas do Novo Mundo: Brasil ultramar hispânico, séculos XVII e XVIII. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015.

RUSSELL-WOOD, A. J. R. Autoridades ambivalentes: o Estado do Brasil e a contribuição africana para “a boa ordem na república”. In: SILVA, Maria Beatriz Nizza da (org.). Brasil: colonização e escravidão: Nova Fronteira, 2000, p. 105-123.

RUSSELL-WOOD, A. J. R. Centros e periferias no mundo luso brasileiro: 1500-1808. Revista Brasileira de História, v. 18, n. 36, 1998. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-01881998000200010

RUSSELL-WOOD, A. J. R. Escravos e libertos no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

RUSSELL-WOOD, A. J. R. Histórias do Atlântico português. São Paulo: Editora Unesp, 2014.

SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de. A curva do tempo: as transformações na economia e na sociedade do Estado do Brasil no século XVIII. In: GOUVÊA, Maria de Fátima; FRAGOSO, João Luis Riberio (orgs.). O Brasil Colonial, volume 3 (ca. 1720-ca. 1821). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014, p. 307-338.

SANTOS, Everton Rosendo dos. A milícia parda: hierarquias, perfis sociais e o cotidiano das armas nas Alagoas, sécs. 1800-1829. In: CAETANO, Antonio F. Pereira (org.). Da comarca à província das Alagoas: poder, administração e escravidão (séculos XVII-XIX). Maceió: Editora Viva, 2017, p. 245-275.

SANTOS, Everton Rosendo dos. Tropas e o poder local: a gente de guerra na comarca de Alagoas (c. 1750-c. 1817). 157f. Dissertação (Mestrado em História). Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2018.

SCHWARTZ, Stuart. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

SILVA, Ana Cristina Nogueira da. Tradição e reforma na organização política-administrativa do espaço, Portugal, finais do século XVIII. In: JANCSÓ, István (org.). Brasil: formação do Estado e da Nação. São Paulo: Huncitec; Ed. Unijuí; Fapesp, 2003, p. 297-318.

SILVA, Giovane Albino. A defesa do império em tempo de reforma: o exército português e a oficialidade militar na capitania de Pernambuco, 1774-1800. Tese (Doutorado em História). Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2020.

SILVA, Kalina Vanderlei. A plebe do açúcar: a população livre na retomada da jurisdição portuguesa na Capitania de Pernambuco (séc. XVII-XVIII). História (São Paulo), vol. 28 (1), p. 218-220, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-90742009000100009

SILVA, Kalina Vanderlei. Nas solidões vastas e assustadoras: a conquista do sertão de Pernambuco pelas vilas açucareiras nos séculos XVII e XVIII. Recife: Cepe, 2010.

SILVA, Kalina Vanderlei. O miserável soldo & a boa ordem da sociedade colonial: militarização e marginalização na Capitania de Pernambuco dos séculos XVII e XVIII. Recife: Fundação da Cultura Cidade do Recife, 2001.

SOUZA, George F. Cabral de. A gente da governança do Recife colonial: perfil de uma elite local na América Portuguesa (1710-1822). In: FRAGOSO, João; SAMPAIO, Antonio C. Jucá de (orgs). Monarquia Pluricontinental e a governança da terra no ultramar atlântico luso: séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Mauad X, 2012, p. 51-86.

SOUZA, George F. Cabral de. Tratos e Mofatras: o grupo mercantil do Recife colonial (c. 1654-c. 1759). Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2012.

Downloads

Publicado

2023-02-25

Como Citar

SANTOS, E. R. dos. A administração das fileiras militares: A composição dos efetivos armados e as ações no sistema de provimentos da Capitania de Pernambuco (1740-1806). Sæculum - Revista de História, [S. l.], v. 27, n. 47 (jul./dez.), p. 240–261, 2023. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2022v27n47.63805. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/srh/article/view/63805. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê História da Polícia no Brasil