A territorialização nos Sertões do São Francisco

(Bahia, século XVI-XVII)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67451

Palavras-chave:

Territorialização, Sertões, São Francisco

Resumo

Nas convenções historiográficas, costuma-se discutir como se deu o processo de incorporação de grandes extensões de terra, na política expansionista, no âmbito da formação e expansão dos impérios ibéricos ultramarinos na era moderna. A leitura desse processo, passa pelas soluções e inserções dos aparatos jurídico-administrativo, condição sine qua non da própria formação do Império Português, uma monarquia pluricontinental em construção, alicerçada no Antigo Regime, ao constituir gradativamente um corpo político, junto a Igreja Cristã, para a governabilidade, no decurso de um movimento de mundialização. Esse artigo tem como objetivo analisar o processo de territorialização dos Sertões do São Francisco, área situada nas fronteiras meridionais entre as capitanias da Bahia e Pernambuco, nos séculos XVI-XVII. Nesse território ocorreram diversos deslocamentos, os quais contribuíam para o processo histórico, ainda que lento e gradual de transformação espacial daquela área, a partir da inserção dos estatutos jurídicos, entendidos pela noção de territorialização. As análises têm como referenciais teóricos alguns conceitos como processo histórico, sertões, territorialização e fronteiras. O método de trabalho apoia-se na revisão de literatura especializada e documental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Antônio de Sousa, Universidade Federal de Juiz de Fora

José Antônio de Sousa é doutorando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPGH/UFJF). Membro do grupo Laboratório de Patrimônios Culturais-LAPA/UFJF.

Referências

Documentos

MAPA GERAL de todas as Missoens, ou Aldeas de Gentio mãso, que estão situadas nesta Capitania da Bahia, e nas mais que comprehemde o seo governo. Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil. Manuscritos Avulsos da Capitania da Bahia, cx. 139, doc. 10701.

Bibliografia

ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial: 1500-1800. Brasília: Conselho Editorial do Senado Federal, 1998.

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. Revisitando a formação do Brasil no Atlântico Sul. Ler História, n. 81, p. 09-19, 2022. DOI: https://doi.org/10.4000/lerhistoria.10659

ALVEAL, Carmen Margarida Oliveira. Senhorios coloniais: direitos e chicanas forenses na formação da propriedade na América portuguesa. Niterói: Editora Proprietas, 2022.

ALVEAL, Carmen Margarida Oliveira. Transformações na legislação sesmarial, processos de demarcação e manutenção de privilégios nas terras das capitanias do norte do Estado do Brasil. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 28, n. 56, p. 247-263, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-21862015000200002

AMADO, Janaína. Região, Sertão, Nação. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8, n. 15, 1995.

ANTONIL, João André. Cultura e Opulência no Brasil por suas drogas e minas. Lisboa: Officina Real Deslandesiana, 1711.

ARRAES, Damião Esdras Araújo. A aventura toponímica dos sertões das capitanias do Norte e do Estado do Maranhão. Anais do Museu Paulista: história e cultura material, 29, 2021, p. 1-39. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29d1e20

ARRAES, Damião Esdras Araújo. Rio dos currais: paisagem material e rede urbana do rio São Francisco nas capitanias da Bahia e Pernambuco. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér, vol. 21, n. 2, p. 47-77, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-47142013000200003

ARRAES, Damião Esdras Araújo. Do Maranhão à Bahia: cartografar e representar a urbanização dos sertões das capitanias do norte. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol.10, n. 2, p. 413-429, 2017. DOI: https://doi.org/10.22228/rt-f.v10i2.685

AZEVEDO, Paulo Ormindo de. Urbanismo de traçado regular nos dois primeiros séculos da colonização brasileira. In: ARAÚJO, Renata Malcher; CARITA, Helder (orgs.). Universo Urbanístico Português. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos, 1998, p. 39-70.

BICALHO, Maria Fernanda Baptista. Conquista, mercês e poder local: a nobreza da terra na América portuguesa e a cultura política do Antigo Regime. Almanack Braziliense, São Paulo, n. 2, p. 21-34, 2005. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1808-8139.v0i2p21-34

BLUTEAU, Raphael. Vocabulário Portuguez e Latino. Coimbra: Colégio das Artes, 8 volumes.1728.

CARDIM, Pedro; MIRANDA, Susana Münch. A expansão da coroa portuguesa e o estatuto político dos territórios. In: FRAGOSO, João Luís Ribeiro; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). O Brasil Colonial (1580-1720). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016, vol. 2, p. 51-106.

FALCON, Francisco. História e Poder. In: CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997, p. 61-89.

FLEXOR, Maria Helena Ochi. Núcleo urbanos planejados no século XVIII. Revista Rua, vol. 1, p. 89-114, 1988.

FLEXOR, Maria Helena Ochi. Planejamento, história e memória: o caso da Vila de Abrantes/BA. In: JUCÁ NETO, Clóvis Ramiro; MOURA FILHA, Maria Berthilde (orgs.). Vilas, cidades e territórios: o Brasil do século XVIII. João Pessoa: UFPB/PPGAU, 2012, p. 31-145.

FRIDMAN, Faina. Os aldeamentos na urbanização do Rio de Janeiro. In: JUCÁ NETO, Clóvis Ramiro; MOURA FILHA, Maria Berthilde (orgs.). Vilas, cidades e territórios: o Brasil do século XVIII. João Pessoa: UFPB/PPGAU, 2012, p. 59-70.

FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009, p. 231-249.

FRAGOSO, João. Modelos explicativos da chamada economia colonial e a ideia de Monarquia Pluricontinental: notas de um ensaio. História (São Paulo), vol. 31, n. 2, p. 106-145, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-90742012000200007

GRUZINSKI, Serge. O Historiador e a mundialização. (Palestra) Universidade Federal de Minas Gerais, 11 de junho de 2007.

HOHENTHAL, William. As tribos indígenas do Médio e Baixo São Francisco. Revista do Museu Paulista, vol. 12, p. 37-86, 1960.

HESPANHA, António Manuel. A constituição do Império Português: Revisão de alguns enviesamentos correntes. In: FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima; BICALHO, Maria Fernanda (orgs.). O Antigo Regime nos trópicos: A dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 163-188.

HESPANHA, António Manuel. Cultura jurídica europeia: síntese de um milênio. Coimbra: Almedina, 2012.

HOORNAERT, Eduardo et al. História da Igreja no Brasil. Petrópolis: Editora Vozes, 1979.

IVO, Isnara Pereira. Homens de Caminho: trânsitos culturais, comércio e cores nos sertões da América Portuguesa. Século XVIII. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2012.

KANTOR, Iris et. al. (org.). Dossiê: Território em rede: cartografia vivida e razão de Estado no Século das Luzes. Anais do Museu Paulista: história e cultura material, vol. 17, n. 2, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-47142009000200002

KRAUSE, Thiago Nascimento. A Formação de uma Nobreza Ultramarina: Coroa e elites locais na Bahia seiscentista. Tese (Doutorado). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015.

LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1938-1950.

LEITE, Serafim. Breve História da Companhia de Jesus no Brasil: 1549-1760. Braga: Livraria Apostolado da Imprensa, 1993.

LIMA, Marcos Galindo. O governo das almas: a expansão colonial no País dos Tapuias – 1651-1798. Tese (Doutorado em História). Leiden: Leiden University, 2004.

MOREIRA, Rafael. A Arte da Ruação e a cidade luso-brasileira/ O arquiteto Miguel Arruda e o Primeiro projeto para Salvador. Cadernos de Pesquisa do LAP 37. São Paulo: FAU-USP, 2003; Anais do 4º Congresso de História da Bahia (Salvador 450 anos). Salvador: IGBA/FGM, 2001, v.1.

NAVARRO, João de Aspilcueta. Carta do padre João de Azpilcueta escripta de Porto Seguro a 24 de junho de 1550. In: Publicações da Academia Brasileira. Cartas Jesuíticas II – cartas avulsas (1550-1568). Rio de Janeiro: Officina Industrial Graphica, 1931a, p. 146-151.

OTT, Carlos. A aldeia de índios do espírito santo (Abrantes). Universitas Cultura, n. 37, p. 01-14, 1986.

POMPA, Maria Cristina. Religião como tradução: missionários, Tupi e Tapuia no Brasil colonial. Tese (Doutorado em Antropologia). Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2001.

PRADO JR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: colônia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros: povos indígenas e a colonização do Sertão Nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo: Hucitec; Editora da Universidade de São Paulo; Fapesp, 2002.

SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil - 1500-1627. São Paulo-Rio de Janeiro: Weiszflog Irmãos, 1918.

SAMPAIO, Theodoro. O Tupi na Geographia Nacional. Memória lida no Instituto Histórico e

Geographico de São Paulo. São Paulo: Typ. da Casa Eclectica, 1901.

SANTOS, Fabricio Lyrio dos. Da catequese à civilização: colonização e povos indígenas na Bahia (1750-1800). Tese (Doutorado em História). Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2012.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2006.

SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587. Ed. castigada pelo estudo e exame de muitos códices manuscritos existentes no Brasil, em Portugal, Espanha e França, e acrescentada de alguns comentários. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1851.

VAINFAS, Ronaldo. O sertão e os sertões na história luso-brasileira. Revista de história da sociedade e da cultura, vol. 19, p. 25-245, 2019. DOI: https://doi.org/10.14195/1645-2259_19_9

Downloads

Publicado

2024-02-28

Como Citar

SOUSA, J. A. de. A territorialização nos Sertões do São Francisco: (Bahia, século XVI-XVII). Sæculum - Revista de História, [S. l.], v. 28, n. 49, p. 121–141, 2024. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67451. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/srh/article/view/67451. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê - Deslocamentos e territorializações no Império português (XVI-XIX)