Da retórica do visível à distribuição do sensível: a política da estética em Jacques Rancière

Autores

  • Pedro Lucas Dulci Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.2016.23425

Palavras-chave:

ação política, criação artística, emancipação, sensibilidade comum, profanação

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo investigar a crítica do filósofo francês Jacques Rancière a um modo tradicional de encarar a relação entre política e arte apropriada por uma corrente específica de crítica social que encara a vocação política da criação artística como simples meio privilegiado de mostrar o real da dominação por trás das outras inúmeras imagens lançadas a nós. Contra esta perspectiva, Rancière propõe reconsiderar a lógica que esta envolvida na distribuição comum do sensível, do audível e falável enquanto verdadeira vocação política da arte, uma vez que ele entende que ação política é justamente aquela que muda os lugares e o cálculo dos corpos organizados pelo dispositivo da polícia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Lucas Dulci, Universidade Federal de Goiás

Mestre em Filosofia (UFG) onde desenvolveu pesquisa em ética e filosofia política contemporânea, dialogando especificamente com Michel Foucault, Giorgio Agamben, Walter Benjamin e Slavoj Zizek. Especialista em Desafios das relações internacionais (Université de Genève/Leiden). Realizou um período de mobilidade no ano acadêmico de 2012-2013, na Universidade do Porto, Portugal, sob a orientação da Prof.ª Drª Eugénia Vilela Morais. Além disso, graduou-se em Filosofia (UFG), em Teologia (IBICAMP) e possui uma graduação em andamento no Seminário Presbiteriano Brasil Central, com ênfase nos autores (H. Ridderbos, H. Bavinck, A. Kuyper e H. Dooyeweerd).

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Trad. Henrique Burigo. Belo horizonte: Editora UFMG, 2002.

_______. A política da profanação: entrevista a Folha de S. Paulo. Trad. Vladimir Safatle. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs1809200505.htm. Acessado em: 18 de setembro de 2005.

_______. A linguagem e a morte. Trad. Hentique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

_______. Profanações. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007.

_______. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha (Homo Sacer III). Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2008. (Estado de Sítio).

_______. O reino e a glória: uma genealogia teológica da economia e do governo: homo sacer, II, 2. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2011 (Estado de Sítio).

_______. O que é um povo? In: DIAS, Bruno Peixe; NEVES, José (org.). A política dos muitos: povo, classe e multidão. Lisboa: Tinta-da-China, 2011b.

BORIE, Monique; ROUGEMONT, Martine de; SCHERER, Jacques (org.). Estética teatral: textos e Platão a Brecht. Trad. Helena Barbas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.

RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. Trad. José Miranda Justo. Lisboa: Orfeu Negro, 2010.

_______. The politic of Aesthetic: the distribution of the sensible. Trad. and introd. Gabriel Rockhill. London and New York: Continuum, 2004.

_______. O tempo da emancipação já passou? In: SILVA, Rodrigo; NAZARÉ, Leonor (org.). A república por vir: arte, política e pensamento para o século XXI. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

_______. A comunidade como dissentimento. In: DIAS, Bruno Peixe; NEVES, José (org.). A política dos muitos: povo, classe e multidão. Lisboa: Tinta-da-China, 2011.

ŽIŽEK, Slavoj. The Lesson of Rancière: afterword by Slavoj Žižek. In: The politic of Aesthetic: the distribution of the sensible. Trad. and introd. Gabriel Rockhill. London and New York: Continuum, 2004.

Arquivos adicionais

Publicado

2016-04-21

Como Citar

Dulci, P. L. (2016). Da retórica do visível à distribuição do sensível: a política da estética em Jacques Rancière. Aufklärung: Revista De Filosofia, 3(1), p.155–168. https://doi.org/10.18012/arf.2016.23425