O ascetismo como sintoma da vontade de poder doente

Autores

  • Junot Cornélio Matos Universidade Federal de Pernambuco
  • Antonio de Odilon Brito Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56763

Palavras-chave:

Vontade de Poder, Ideais ascéticos, Saúde, Doença, Genealogia da Moral

Resumo

O presente artigo possui como objetivo argumentar que o ascetismo em Nietzsche, desenvolvido pelo autor principalmente em sua Genealogia da Moral, pode ser encarado como sendo um sintoma de uma Vontade de Poder enfraquecida. Primeiramente buscar-se-á apresentar uma conceituação do que vem a ser a Vontade de Poder em Nietzsche, bem como argumentar a favor de seu caráter ôntico-ontológico, do qual deriva o segundo conceito trabalhado neste artigo. O segundo passo será dado no sentido de conceituar o que o autor compreende como sendo os ideais ascéticos em relação com a moral escrava. O terceiro e último passo, por fim, consistirá na demonstração de uma relação entre o primeiro conceito e o ascetismo, argumentando ser este um sintoma de uma vida doente. Isto é, se vida e mundo são Vontade de Poder, logo o ascetismo, longe de ser expressão de uma falta daquela, nada mais seria que não um sintoma de uma doença, que consistiria no enfraquecimento da essência do ente humano.

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Biografia do Autor

Junot Cornélio Matos, Universidade Federal de Pernambuco

Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Antonio de Odilon Brito, Universidade Federal de Pernambuco

Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Referências

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Arquivos adicionais

Publicado

2020-12-17

Como Citar

Matos, J. C. ., & Brito, A. de O. . . (2020). O ascetismo como sintoma da vontade de poder doente. Aufklärung: Revista De Filosofia, 7(esp), p.29–38. https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56763