Tempo, espaço e causalidade na primeira e segunda fases do pensamento de Nietzsche a partir de um estudo comparativo com a epistemologia de Schopenhauer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.v11i1.67606

Palavras-chave:

Espaço, Tempo, Causalidade, Intelecto, Epistemologia

Resumo

O presente artigo contém duas tarefas: investigar as noções de espaço, tempo e causalidade na teoria do conhecimento de Schopenhauer e, subsequentemente, realizar um estudo comparativo dos resultados obtidos com as considerações epistemológicas entre a primeira e a segunda fase do pensamento de Nietzsche. Compreende-se que conclusões concernentes ao mundo como representação tiveram eco nas primeiras digressões do autor de O nascimento da tragédia sobre as concepções de espaço, tempo e causalidade. No entanto, os afastamentos começam a ser percebidos ainda nos primeiros anos da década de 1870. Opta-se por denominar as reflexões sobre o conhecimento até Sobre verdade e mentira em um sentido extramoral, tendo em vista, além da assistematicidade das abordagens nietzschianas, o amadurecimento das investigações epistemológicas em Humano, demasiado humano. Discute-se como os moldes naturalistas da segunda fase da atividade intelectual de Nietzsche encontram implicações em suas concepções de espaço, tempo e, sobretudo, causalidade.  Ressalta-se, no entanto, não ser a intenção deste trabalho defender que a epistemologia de Nietzsche seja originalmente oriunda de Schopenhauer ou que dependa exclusivamente das noções aqui estudadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Márcio Luiz Silva, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais

Licenciado em Geografia (UNIMONTES), bacharel em Geografia (UFMG), especialista em Solos e Meio Ambiente (UFLA), mestre em Ciência Florestal (UFVJM), doutor em Geociências (UNICAMP), bacharel em Filosofia (UNISUL), especialista em Filosofia e Teoria do Direito (PUC) e bacharel em Direito (FDSM). Professor efetivo do magistério superior do IFSULDEMINAS, onde leciona a Disciplina de Direito e Planejamento Urbano. Professor visitante na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Coordenador de Curso de Graduação no IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes. Pesquisador e Coordenador do Grupo de Estudo Geoprocessamento, Meio Ambiente, Direito e Planejamento Urbano.

Ricardo de Oliveira Toledo, Universidade Federal de São João Del-Rei

Professor adjunto de Humanidades/Filosofia da Ciência no Departamento de Tecnologia em Engenharia Civil, Computação, Automação, Telemática e Humanidades (DTECH) da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ). Professor permanente do Programa de Pós-graduação em Filosofia (PPGFIL) da UFSJ. É doutor (2014) em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, com ênfase em Filosofia Moderna e Contemporânea. Realizou o mestrado em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP (2009). É especialista em Ética/Filosofia Contemporânea pela UFSJ (2006). Pela UFSJ também é licenciado (2003) e bacharel (2005). Participou do estágio doutoral (Sanduíche) na Università del Salento, Itália, e no Centro Colli-Montinari de estudos sobre Nietzsche e a cultura europeia. No curso de filosofia da UFSJ, coordena o Grupo de Estudos Nietzsche, Niilismo e Literatura (GEN NiiL).

Referências

Barboza, J. Schopenhauer. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

Cacciola, M. L. M. O. Schopenhauer e a crítica da razão. A razão e as representações abstratas. Discurso, n. 15, p. 91-106, 1983.

Cacciola, M. L. M. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo: EDUSP, 1994.

CAVALCANTI, A. H. A arte como experiência: a tragédia antiga segundo a interpretação de Nietzsche. In: FEITOSA, C.; BARRENECHEA, M. A.; PINHEIRO, P. (orgs.). Nietzsche e os gregos: arte, memória e educação: assim falou Nietzsche V. Rio de

Janeiro: DP&A: FAPERJ: UNIRIO; Brasília: CaPES, 2006. p. 49-63.

DOYLE, T. The Kantian Background to Nietzsche’s Views on Causality. Journal of Nietzsche Studies, v. 43, n. 1, 2012, p. 44-63.

Fonseca, E. R. Aspectos da leitura e da crítica de Schopenhauer à filosofia de Kant. Kant e-Prints, v. 15, n. 3, p. 170-191, 2020.

Fornari, C. M. La morale evolutiva Del gregge: Nietzsche legge Spencer e Mill. Pisa: Edizioni ETS, 2006.

Kant, I. Crítica da razão pura. 5. ed. Trad. Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001.

LEITER, B. O naturalismo de Nietzsche reconsiderado. Cadernos Nietzsche, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 9-40, 2011.

Machado, R. O nascimento do trágico: de Schiller a Nietzsche. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

MIGNONI, N. S. A ciência contra a metafísica: Nietzsche e o filosofar histórico em Humano, demasiado humano I. Cadernos Nietzsche, São Paulo, v. 33, p. 9-36, 2013.

MOREIRA, F. S. Linguagem e verdade: a relação entre Schopenhauer e Nietzsche em Sobre verdade e mentira no sentido extramoral. Cadernos Nietzsche, v. 33, p. 11-32, 2013.

Nascimento, I. S. A metafísica da Vontade em Schopenhauer. Lampejo, v. 1, n. 8, p. 1-15, 2015.

Nietzsche, F. W. Sämtiliche Werke. Kritische Studienausgabe – KSA (Herausgegeben von Giorgio Colli und Mazzino Montinari). Berlin; New York: Walter de Gruyter, 1988. 15 Bänden.

Nietzsche, F. W. Sämtliche Briefe. Kritische Studienausgabe – KSB (Herausgegeben von Giorgio Colli und Mazzino Montinari). München: Walter de Gruyter, 1986. 08 Bänden.

Nietzsche, F. W. Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres. Tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Nietzsche, F. W. O nascimento da tragédia. Tradução J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

RAYMAN, J. Nietzsche on Causation. Journal of Speculative Philosophy, v. 28, n. 3, 2014, p. 327-344.

REMHOF, J. Naturalism, Causality, and Nietzsche’s Conception of Science. Journal of Nietzsche Studies, v. 46, n. 1, 2015, p. 110-125.

Rodrigues, L. Nietzsche e os gregos: arte e mal-estar na cultura. São Paulo: Annablume, 1998.

Santos, E. J. Sobre o papel da causalidade na crítica de Schopenhauer à doutrina kantiana das categorias da Crítica da Razão Pura. 2013. 86 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.

Schacht, R. O naturalismo de Nietzsche. Cadernos Nietzsche, v. 1, n. 29, p. 35-75, 2011.

Schopenhauer, A. O mundo como vontade e representação. Tradução, Apresentação, Notas e Índices Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

Schopenhauer, A. Metafísica do belo. Tradução Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2003.

Schopenhauer, A. Sobre a vontade na natureza. 1. ed. Tradução Gabriel Valladão Silva. Porto Alegre: L&PM, 2013.

Simmel, G. Schopenhauer e Nietzche. Trad. César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011.

SOUZA, E. R. C. O campo e as bases da teoria do conhecimento de Schopenhauer. In: ____. Schopenhauer e os conhecimentos intuitivo e abstrato: uma teoria sobre as representações empíricas e abstratas [online]. 1. ed. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015. p. 17-67.

Suarez, R. Sobre causalidade e natureza em Nietzsche. Revista Trágica: estudos sobre Nietzsche, v. 5, n. 2, p. 84-98, 2012.

Türcke, C. O louco: Nietzsche e a mania da razão. Trad. Antônio Celiomar Pinto de Lima. São Paulo: Vozes, 1993.

Wendling, W. B. T. Schopenhauer e a metafísica da vontade. Thaumazein, v. 3, n. 6, p. 12-36, 2010.

Arquivos adicionais

Publicado

2024-05-11

Como Citar

Silva, M. L., & Toledo, R. de O. . (2024). Tempo, espaço e causalidade na primeira e segunda fases do pensamento de Nietzsche a partir de um estudo comparativo com a epistemologia de Schopenhauer. Aufklärung: Journal of Philosophy, 11(1), p.99–118. https://doi.org/10.18012/arf.v11i1.67606

Edição

Seção

Artigos