A criminalização do aborto na sociedade brasileira

Uma análise do documentário Clandestinas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-5930.2020v13n1.45714

Resumo

Neste artigo, discutimos a criminalização do aborto na sociedade brasileira, instigadas pelo documentário Clandestinas. Nele, por meio da interpretação de atrizes, são contadas histórias de mulheres que realizaram aborto por diferentes motivos. Sua produção se deu a partir da compilação dos depoimentos de mulheres de diferentes lugares, raças e classes sociais, as quais contam suas experiências com a prática do aborto, deixando evidente as desigualdades quanto ao tratamento recebido no processo de enfrentamento de um fenômeno comum a todas elas. Nosso propósito é discutir o caráter violento que essa criminalização expressa, recorrendo ao conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu e nos valendo de dados disponibilizados por pesquisadores brasileiros que se debruçaram frente ao esforço de compreender peculiaridades de nossa sociedade em relação a questão do aborto.

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Biografia do Autor

Larissa Landim Carvalho, Universidade Estadual de Goiás -UEG

Advogada e Mestranda do Programa Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT) da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Maria Eugênia Curado, Universidade Estadual de Goiás -UEG

Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Docente do Programa Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT) da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Veralúcia Pinheiro, Universidade Estadual de Goiás - UEG

2 Pós-doutorado em Ciências Humanas pela UFU (Uberlândia). Docente do Programa Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT) da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

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Publicado

2020-09-30

Como Citar

CARVALHO, L. L.; CURADO, M. E.; PINHEIRO, V. A criminalização do aborto na sociedade brasileira: Uma análise do documentário Clandestinas . Culturas Midiáticas, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 70–84, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.1983-5930.2020v13n1.45714. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/cm/article/view/45714. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos - Mídia e Sociedade