"SUA AVÓ TEM MEDO DA CHUVA?"
Uma Conversa entre o Racismo Ambiental, a Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social.
Resumo
O presente artigo tem a intenção de fazer um diálogo entre as origens e os fundamentos do racismo ambiental no território brasileiro e suas consequências psicossociais nas periferias urbanas e/ou rurais do país. Partindo do entendimento que o racismo é um potente fator de distribuição seletiva das pessoas no seu ambiente físico, trouxemos alguns dados de saúde e da recorrência de crimes ambientais em territórios que estão em situação de vulnerabilidade socioambiental. Nossa conversa almeja, sobretudo, localizar as contribuições e reforçar a importância do campo da psicossociologia de comunidades e da ecologia social no acolhimento sensível da população, recorrentemente, vitimada pelo racismo ambiental e pela injustiça climática e social.
Palavras-chave: Racismo ambiental; Psicossociologia; Biointeração; Ecologia social.
Referências:
ALMEIDA, Silvio de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018.
BULLARD, Robert. Enfrentando o racismo ambiental no século XXI. In:Henri ACSELRAD, S., H, PÁDUA, J., A. (Orgs.) Justiça Ambiental e Cidadania, Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2004.
CASADORE, Marcos, M. Psicossociologia e Intervenção Psicossociológica: alguns aspectos da pesquisa e da prática.In: EMIDIO, T.; HASHIMOTO, F. Psicologia e seus campos de atuação: demandas contemporâneas. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2013.
CATARINO, Camila, S. A Centralidade do Racismo Ambiental na Abordagem Crítica da Educação Ambiental.Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas) -Instituto de Biociências, Universidade Federal doEstado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.
DE SIMONI, W. et al. “O Estado da Qualidade do Arno Brasil”. Working Paper. São Paulo, Brasil.: WRIBrasil, 2021. Disponívelem:https://wribrasil.org.br/pt/publicacoes.
DOS SANTOS, Antônio Bispo. Colonização, Quilombos, Modos e Significações. Brasília: INCT, 2015.
GARCIA, Frederico, D., NEVES Maila, C.L., FIRMO Josélia, O. A., PEIXOTO Sérgio, V., CASTRO-COSTA Erico. Prevalência de sintomas psiquiátricos e seus fatores associados na população adulta da área atingida pelo rompimento da barragem de rejeitos: Projeto Saúde Brumadinho. Revista Brasileira Epidemiol, 2022.
GOMES, Antonio, M. “Melhor que o Mel, só́ o céu”: trauma intergeracional, complexo cultural e resiliência na diáspora africana: um estudo de caso do Quilombo do Mel da Pedreira, em Macapá́, AP, 2017.
GONZAGA, Vanessa. Grande Recife: “Quando chove a gente não dorme”, diz moradora. Brasil de Fato,Recife, 08 de fev. 2023. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2023/02/08/grande-recife-quando-chove-a-gente-nao-dorme-diz-moradora.Acesso em 18 mai2024.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte/Brasília: UFMG/Unesco, 2003.
LEAL, Natacha; MARTINS, Greice; FELIPE, Henrique & DA SILVA, Suz. Das confluências,cosmologias e contra-colonizações. Uma conversa com Nego Bispo. Revista EntreRios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, v. 2, n. 1, pp. 73-84, 2020.
MARQUES, Ariane. Forte chuva em Petrópolis causa inundações, arrasta carros e provoca queda de barreiras; mortes passam de 30. G1, Petrópolis, 15 de fev. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2022/02/15/grande-voluma-de-chuva-causa-inundacoes-arrasta-carros-e-provoca-queda-de-barreiras-em-petropolis.ghtml. Acesso em 18 mai2024.
MINAS GERAIS (Estado). Governo de Minas Gerais. Histórico do rompimento das barragens da Vale na Mina Córrego do Feijão. 03 de mai. 2024. Disponível em: https://www.mg.gov.br/pro-brumadinho/pagina/historico-do-rompimento-das-barragens-da-vale-na-mina-corrego-do-feijao. Acesso em: 18 mai2024.
OLIVEIRA, Rosália, M. Cidade dos Meninos, Duque de Caxias, RJ, linha do tempo sobre a contaminação ambiental e humana. 455f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008.
OLIVEIRA, Cleane; NETO, Francisco; PIRES, R. Suicídio entre povos indígenas: um panorama estatístico brasileiro Endereço paracorrespondência: AMBAN —Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP. Rev. Psiq. Clín,v. 30, n. 1, pp. 4–10, 2003.
PACHECO, Tânia. Inequality, environmental injustice, and racism in Brazil: beyond the question of colour.Development in Practice, Volume 18, 2008.
PARDO, Catalina, R., TAKEITI, Beatriz, A., GUERRA, Claudia, T., & FONTES, Jean, V. A. La Psicosociología cómo dispositivo epistémico para la cultura de paz: notas sobre experiencias latinoamericanas –Brasil y Colombia. Revista Pesquisas E Práticas Psicossociais, v. 16, n. 2,pp.1–20, 2021.
RAMOS, Donald. O quilombo e o sistema escravista em Minas Gerais do século XVIII.In: REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos. (Orgs.). Liberdade por um fio. História dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
RIO DE JANEIRO (Estado). Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Incidência de confrontos no entorno de escolas da cidade do rio de janeiro, dez. 2020. Disponível em: https://www.mprj.mp.br/documents/20184/1444502/relatorio_violencianasescolas.pdf. Acesso em: 20 mai2024.
SOUZA, Cleber. Chuvas na Bahia já deixam 20 mortos; mais de 470 mil pessoas foram afetadas. CNN Brasil,São Paulo, 27 de dez. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/chuvas-na-bahia-ja-deixam-20-mortos-mais-de-470-mil-pessoas-foram-afetadas/. Acesso em: 18 mai2024.