Usuário de informação e ralé estrutural como não-público: reflexões sobre desigualdade e invisibilidade social em unidades de informação
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1809-4783.2020v30n4.57350Resumo
O texto busca refletir sobre desigualdade e invisibilidade social no contexto das unidades de informação, considerando, como ponto de inflexão, o conceito usuário de informação. Para tanto, realiza revisão de literatura, abordando conceitos tocantes a classes sociais, no âmbito da teoria social, e a usuário da informação, nas áreas de biblioteconomia e ciência da informação. Observou-se que o conceito de usuário de informação se refere a um tipo de sujeito estudado: a) descontextualizadamente em sistemas de informação (modelos físico e cognitivo); b) contextualizadamente, podendo prescindir da noção de sistema (modelo social); e c) a partir de algum privilégio individual/social (capitais econômico, cultural e social). O conceito de ralé estrutural apresenta um contraponto ao de usuário de informação relativamente à desigualdade em classes sociais. Já o conceito de não-público, quando apreendido como ralé estrutural, reforça o contraste ao conceito usuário de informação. Por fim, observou-se que as escolhas teóricas são também políticas, com implicações éticas. Elas podem ser conformadas ao público, real ou potencial, ou inconformadas com a ralé estrutural como não-público. Defendeu-se, nesse contexto, que o profissional de informação necessita trabalhar com a comunidade, estando aberto para falar a língua do não-público, e considerar a sua cultura. Os estudos de “informação e comunidade” ou de “usuários e não-usuários” permitem considerar diferentes classes sociais, no sentido de conferir visibilidade social à ralé estrutural, ao passar a ser concebida como público.
Palavras-chave: Usuário de informação. Ralé estrutural. Não-público. Invisibilidade social. Unidades de informação.
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