DO LOGOS APROPRIADO

Autores

  • Roberto Goto Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (SP)

DOI:

https://doi.org/10.7443/19358

Palavras-chave:

marxismo, ciência, apropriação, logos, diálogo.

Resumo

Há, no marxismo, uma tensão entre a empresa de um conhecimento objetivo e impessoal – sem sujeito –, pelo qual a realidade seria apropriada e no qual se reproduziria e/ou se refletiria, e a impossibilidade de fazê-lo sem um trabalho exegético dos escritos de Marx, sobretudo no que diz respeito às ideias que fundamentariam aquele conhecimento, ou seja, que fundariam a ciência marxista. Na medida em que essa ciência é reivindicada e praticada concretamente por sujeitos bem específicos e distintos, cada qual se considerando na posse da (verdadeira) realidade e da verdadeira interpretação dos textos fundadores, a tensão se converte em viva e por vezes mortífera contradição. Parecendo levar em conta o logos heraclitiano, buscando a unidade entre o saber e o conhecer, de um lado, e o ser e o real, de outro, o marxismo não consegue ser mais do que uma apropriação particular desse logos, tentando remediar e redimir essa parcialidade com um dogmatismo patente em seus conflitos internos. Impõe-se, então, a dúvida a respeito da possibilidade de um diálogo que se realize de fato como irmão gêmeo da dialética marxista.

 

[doi:http://dx.doi.org/10.7443/problemata.v5i2.19358]

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Biografia do Autor

Roberto Goto, Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (SP)

Departamento de Filosofia e História da Educação

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Publicado

10-12-2014

Edição

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Artigos