VONTADE GERAL, SOBERANIA E LIBERDADE POLÍTICA EM ROUSSEAU:

ALGUMAS PROBLEMATIZAÇÕES

Autores

  • Eduarda Silva Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v11i5.51354

Palavras-chave:

Vontade geral, Soberania popular, Liberdade política

Resumo

Dada a união dos indivíduos por uma convenção, como é idealizada por Jean-Jacques Rousseau em O contrato social, o corpo político que se forma será dirigido pela vontade geral, que confere unidade ao povo, considerando a pessoa de cada associado, seus bens e sua liberdade. Embora a vontade geral seja o fundamento para a manutenção da liberdade política dos cidadãos, é possível perguntar se ela realmente irá prevalecer em todos os âmbitos da sociedade civil, se os indivíduos que deliberam no exercício da soberania estão suficientemente esclarecidos sobre o que seja o bem comum, ou se são levados a aceitar o que convém ao Legislador, isto é, se a vontade geral não é manipulada, corrompida ou enganada por essa figura extraordinária, um guia dotado de inteligência superior para melhor conduzir os cidadãos à aprovação de boas leis e à preservação do bem comum. Interessa-nos, então, contrastar a tão importante participação popular dos indivíduos nos assuntos públicos, ressaltada por Rousseau, com os aparentes limites que tal participação encontraria em um Estado republicano, e suas consequências à liberdade política.

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Biografia do Autor

Eduarda Silva, Universidade Federal de Goiás

Mestranda em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG).

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Publicado

14-12-2020

Edição

Seção

Artigos