NIETZSCHE, A GENEALOGIA E A FALÁCIA GENÉTICA
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v12i2.59128Palavras-chave:
Genealogia, Falácia Genética, Moral, NaturalizaçãoResumo
Muitos pesquisadores da filosofia nietzschiana, buscando analisar a sua genealogia da moral, apontam que o filósofo comete a falácia genética ao avaliar o valor dos valores morais a partir das suas proveniências. Nesse texto, pretendo mostrar que Nietzsche não só não comete a falácia genética partindo do seu próprio entendimento do que seja a moralidade e o procedimento genealógico, como também é ele mesmo um crítico de quem comete tal falácia. Uma vez que o filósofo realiza uma naturalização da moral através da doutrina da vontade de potência, os valores são compreendidos como projeções que conservam, potencializam e cultivam um tipo de homem. Logo, a investigação genealógica dos valores morais busca desvelar qual tipo de vida a moral beneficia e cultiva. Ademais, a análise de Nietzsche não se limita a investigar apenas como alguns afetos e instintos criam e reforçam nossas crenças e valores, mas também como algumas crenças e valores fortificam nossos afetos e instintos.
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