Fotografia, memória e história: comentário acerca do (in)imaginável das imagens
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8931.2022v18n4.62635Palavras-chave:
História. Memória. Fotografia. Holocausto. Auschwitz.Resumo
Este ensaio apresenta uma reflexão sobre o poder testemunhal de fotografias tiradas no campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau. Pretende-se, a partir delas, problematizar a relação entre fotografia, memória e história, na medida em que tais imagens nos podem fornecer uma possibilidade de pensarmos como um testemunho visual pode aperfeiçoar grandes narrativas históricas da representação do holocausto – desde um objeto de memória de natureza tipicamente mediada (VAN DJICK, 2007). Nesses termos, a fotografia se manifesta aqui contra as vontades de desaparecimento, ligando-se à memória coletiva e à temporalidade. Finalmente, buscar-se-á entender como o político e o poético se entrecruzam nessas imagens, pensadas por Didi-Huberman (2012) como um ato contra a própria razão da história e contra a política de desimaginação e do inimaginável, dando um novo rumo às representações públicas do holocausto, em oposição à proposta da Shoah Foundantion.