Silêncio e solidão na leitura literária: relações entre a literatura e o leitor
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8931.2023v19n2.65557Palavras-chave:
Leitura. Literatura. Teorias da leitura.Resumo
O artigo interroga o ato de ler silenciosamente no decorrer do tempo a partir do contato com duas imagens, uma da Antiguidade, do bispo Ambrósio encontrada em Confissões, de Santo Agostinho, e uma contemporânea, do menino Proust encontrado em Sobre a leitura, de Marcel Proust. Se no primeiro texto há um estranhamento dessa prática de leitura, no texto de Proust ela aparece como algo cotidiano. Para compreender esse processo histórico, propomos uma revisão bibliográfica para compor uma genealogia do ato de ler. A seguir, constatando que em Proust há a especificidade de ser uma representação de um leitor silencioso de literatura, refletimos sobre a leitura literária, enfatizando os efeitos existenciais que tal possui sobre seus leitores. Para isso, focamos nas principais teorias literárias que buscam compreender as relações entre o texto literário e o leitor. Ao fim, propomos pensar as imagens evocadas pelo ato de ler textos literários como um ato criador e de autoconhecimento.