Diferente do que afirma Tom Wolfe, livros-reportagem raramente têm diálogos

Autores

  • Marcos Antônio Zibordi

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8931.2023v19n10.68248

Palavras-chave:

Livro-reportagem. Novo jornalismo. Tom Wolfe.

Resumo

Este artigo apresenta resultados de pesquisa sobre diálogos em livros-reportagem, que seriam constituintes das narrativas conforme tradição teórica iniciada por Tom Wolfe, teórico do chamado “novo jornalismo”. Verificamos empiricamente se as trocas de falas estão presentes caracterizando dialogia e polifonia, segundo pressupostos de Mikhail Bakhtin. Com base em 62 obras mais citadas por referências teóricas relevantes, constatamos que existem poucos diálogos e, quando surgem, raramente caracterizam dialogia e polifonia, exceto em dez obras, sendo José Louzeiro o autor que melhor desenvolve os dois aspectos. Na maioria dos casos, as narrativas não cedem a palavra aos personagens, predominando a terceira pessoa onisciente e onipresente, detentora da verdade dos fatos, cuja voz autoritária domina as histórias. A conclusão é a de que pressupostos teóricos tradicionais, sobreviventes há meio século e tornados hegemônicos, precisam ser revistos.

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Publicado

2023-10-21

Edição

Seção

Artigos