O sofrimento psíquico neoliberal nos filmes Trabalhar Cansa (2011) e Eu, empresa (2021)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8931.2024v20n2.69376Palavras-chave:
Subjetivação neoliberal; cinema brasileiro; autoempreendedorismo; sofrimento psíquico.Resumo
Os efeitos do neoliberalismo na construção das subjetividades é um tema ainda pouco abordado nas pesquisas sobre cinema brasileiro. Dez anos separam o lançamento dos filmes Trabalhar Cansa (2011) e Eu, empresa (2021). Em ambos os longas-metragens observamos que os conflitos dos personagens são ocasionados por questões de trabalho, atividade que tem sofrido modificações profundas com a ascensão da doutrina neoliberal (DARDOT; LAVAL, 2016). Analisaremos, portanto, cenas que apresentam esses conflitos, usando como metodologia a intercalação da análise fílmica (AUMONT; MARIE, 2009) com o aporte teórico, composto por autores como Dunker (2020) e Lancman (2004). Privilegiaremos frames que evidenciam os rostos, pois o rosto está ligado diretamente às subjetividades, que por sua vez são construídas no âmbito das relações sociais. Observamos que a maior flexibilização resultou em aumento do sofrimento psíquico por toda a insegurança que os novos modelos de trabalho apresentam.