A trajetória de vida de Bia em uma família de ciganos: adaptação e resistência
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2447-9837.2018v2n7.39545Resumo
Este artigo apresenta a trajetória de vida de Bia, mulher não cigana, em uma família de ciganos que mora no município de Sobral, Ceará. E, mais especificamente, como ela foi se tornando membro da família através de um processo marcado por adaptações, formas de resistências e preconceitos enfrentados ao longo de 15 anos vivendo como esposa de um cigano. Por meio de conversas informais e gravadas, procurei reconstruir sua trajetória de vida levando em consideração que esta não é linear (BOURDIEU, 1998), e que é narrada a partir de enquadramentos (POLLAK, 1992), ou seja, é permeada de escolhas e interesses. Para finalizar, traço pontos de interseção entre a história de vida de Bia e seu genro Márcio, igualmente não cigano. Isso também nos possibilita refletir sobre mudanças no padrão das relações entre ciganos e não ciganos.
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