MEMÓRIA FOTOGRÁFICA DE UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA NO SEMIÁRIDO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: a Boa Vista dos Negros, Parelhas, Rio Grande do Norte, Brasil.
Resumo
Nos anos 1987 e 1988 iniciei um contato que perdura até os dias atuais com a comunidade negra rural da Boa Vista dos Negros, em Parelhas, RN. Uma relação que, faz muito tempo, ultrapassou todas as fronteiras acadêmicas. Hoje, tenho amigos, afilhadas, afilhados e parceiros de luta.
Os registros colocados se referem às primeiras visitas na comunidade. Era um olhar que procurava pessoas, lugares e equipamentos que traduzissem esta forma de viver: negros numa região de maioria branca no sertão do Rio Grande do Norte.
Atualmente, Boa Vista dos Negros está em um patamar de organização que serve de exemplo para outras comunidades: possui associação proativa, ponto de cultura, há participação intensa na Ordem do Rosário, o território possui autocertificação e há atuação nos movimentos sociais.
A proximidade de 30 anos do primeiro contato e o compromisso com a memória local me faz constantemente retomar fotografias, diários de campo, entrevistas. Na atualidade, o uso de inúmeros instrumentos de divulgação do cotidiano da comunidade da Boa Vista dos Negros, principalmente, pela juventude local coloca a comunidade num patamar de maior visibilidade. Esta condição, entretanto, não condiciona à comunidade o acesso às políticas públicas específicas para as populações tradicionais.
As fotos mostradas elencam, acima de tudo, um olhar antropológico mesclado com o olhar de quem se espelha e se identifica com “o outro”.
À Boa Vista dos Negros, meu muito obrigado.
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