Fim da epidemia da Síndrome Congênita da Zika
Pensão vitalícia e governança múltipla de domínios de cuidados
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2447-9837.2020v3n11.51385Resumo
A pesquisa “Etnografando Cuidados” acompanhou mães, famílias, serviços de saúde e pesquisadores na resposta à Síndrome Congênita do Zika (SCZ), em Pernambuco, desde novembro de 2016. Este estudo foca na saída da SCZ dos estados de emergência e de importância nacional e internacional, o que representa um dilema para mães de filhos com SCZ – que outrora foram prioridade entre as prioridades na emergência, aproximando-se intensivamente de serviços de saúde, assistência social, transportes, e também dos pesquisadores. Com relação a essa mudança, questiona-se o que é que fica e o que é que muda depois da epidemia. Trata-se da passagem da epidemia como um período liminar que desemboca na pós-epidemia, com a chegada a novos e/ou a reforçados estados sociais quando termina a emergência. Centra-se nas implicações favoráveis e desfavoráveis da negociação que resultou na medida provisória concedendo pensão
vitalícia a crianças nascidas com a SCZ, publicada em setembro de 2019, e sua versão modificada em forma de lei em abril de 2020. Examinam-se, por fim, as restrições que evidenciam práticas de governança e controle da população afetada, e mostra-se a articulação entre domínios de cuidados de acordo com as relações e práticas que orientam moralidades para pessoas que participam nesses domínios.
PALAVRAS-CHAVE:
Síndrome Congênita de Zika. Cuidados. Epidemia. Pensão Vitalícia. Estado de Emergência de Saúde Pública.
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