A contradição entre bem e mal na essência humana e a reconciliação na Filosofia da Religião hegeliana
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v9iesp.61926Palavras-chave:
Filosofia da Religião, Dualidade Bem e Mal, Contradição e Reconciliação, Reforma e RevoluçãoResumo
A pesquisa explicita a contradição entre o bem e mal subsistentes na essência humana na dualidade natural/espiritual, e, ao mesmo tempo, a reconciliação proposta por Hegel em sua Filosofia da Religião ao tratar da religião consumada. Qual é a estratégia hegeliana para resolver a contradição implícita na dualidade humana? Trata-se de explicitar a lógica da liberdade abstrata fechada no ser para si e a lógica da suprassunção do mal no conceito divino de reconciliação. Em primeiro lugar, reconstrói-se a oposição na essência humana através da narrativa da queda descrita no livro de Gênesis; depois, a superação dessa oposição na encarnação do Filho de Deus que realiza a reconciliação através da singularidade do espírito divino e da objetividade intersubjetiva na comunidade; enfim, apontamos as críticas à Filosofia da Religião hegeliana na filosofia e teologia pós-hegelianas, em que permanecem, ao mesmo tempo, as raízes metafísico-religiosas de Marx na crítica a Hegel e a religião. Destacamos a concepção marxiana do ser humano como uma essência natural-espiritual que se preocupa, primordialmente, com as suas necessidades reprodutivas materiais, isto é, uma sociedade libertada cuida das bases materiais da vida humana. Apenas então o ser humano trabalhador encontra a reconciliação na sociedade. Atualizar o debate da filosofia da religião é um desafio para enfrentar o crescente fundamentalismo religioso que legitima irracionalidades humanas e atrasos de conquistas civilizacionais em todos os níveis.
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