As críticas de Leibniz à teoria da percepção de Descartes
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v11i3.68787Palavras-chave:
Teoria da Percepção, Mecanicismo, Qualia, Instituição da NaturezaResumo
O objetivo desse artigo é tentar responder às críticas feitas por Leibniz à teoria da percepção de Descartes. A primeira dessas críticas concerne às ‘ideias-quadro’ cartesianas. A resposta a esse problema será dada com base na teoria cartesiana da ‘dessemelhança causal’ entre o objeto da percepção e as sensações por ele ocasionadas. A segunda crítica de Leibniz, a saber, a crítica aos qualia, isto é, a crítica à completa desconexão e arbitrariedade entre o conteúdo da representação mental (a ideia) e seu referente material. A resposta a essa crítica será dada através da correlação psicofísica que Descartes chama de ‘instituição da natureza’. Por fim, a terceira crítica de Leibniz diz respeito às percepções insensíveis. Mostrar-se-á que Descartes postulou a divisão infinita da matéria e, consequentemente, defendeu que os corpos eram constituídos por partes ínfimas, cuja percepção estava totalmente fora do alcance dos nossos sentidos.
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