A participação das mulheres na pesquisa de Inteligência Artificial na pós-graduação brasileira

uma análise de gênero

Resumo

Este artigo investiga a participação das mulheres na produção acadêmica de teses e dissertações em Inteligência Artificial (IA) nos programas de pós-graduação no Brasil, com um foco específico no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 das Nações Unidas, que busca promover a igualdade de gênero. A pesquisa utilizou uma metodologia mista para mapear e categorizar 556 registros da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), classificando-os de acordo com o gênero dos autores e as áreas temáticas abordadas. Os resultados revelam que, embora as mulheres representem cerca de 30% do total de trabalhos em IA, há um crescimento significativo na produção feminina a partir de 2018. Contudo, a pesquisa aponta que a predominância masculina ainda é marcante, especialmente em instituições de prestígio, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o que evidencia a persistência de barreiras estruturais. Além de identificar essas disparidades, o estudo propõe a implementação de políticas públicas mais incisivas e a criação de programas de incentivo que possam ampliar a participação feminina nas áreas de ciência e tecnologia. Conclui-se que, apesar dos avanços observados, a equidade de gênero na pesquisa em IA continua a enfrentar desafios substanciais, necessitando de esforços contínuos para garantir um desenvolvimento tecnológico que seja verdadeiramente inclusivo e equitativo.