PRÁTICAS RELIGIOSAS E CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA NAS RELIGIÕES AFRO-PESSOENSES
Resumen
Este texto é uma versão do relatório de pesquisa que teve como objetivo investigar o lugar atribuído à natureza nas percepções, enquanto discurso e prática, de adeptos das religiões afro-brasileiras na cidade João pessoa. Partindo das recentes afirmações que apresentam o candomblé como uma “religião ecologicamente correta”, a pesquisa busca analisar essa atribuição. Observando essa qualificação como parte do processo de produção social e formação de um discurso, interroga-se sobre os condicionantes sociais da sua construção, os seus não ditos, seus locutores e interlocutores privilegiados. Dessas afirmações nasce um discurso que leva a achar que a visão presente nas religiões afro-brasileiras pode, efetivamente, formar outros parâmetros para se pensar a relação cultura/natureza. Por outro lado, não são poucas as acusações de depredação ao meio ambiente, direcionadas aos adeptos das religiões afro-brasileiras. Principalmente em relação às oferendas e despachos que são entregues nas matas, rios, mares e outros ambientes naturais. Outro aspecto que ganha tamanha proporção nessa discussão é o sacrifício de animais onde são imolados caprinos, ovinos, galináceos, roedores, suínos e bovinos. Estamos diante, portanto, de duas maneiras de interpretar as práticas religiosas que envolvem a natureza nas religiões afro-brasileiras, embora a presença da natureza como essência divina seja importante, porém se percebe que isso pode não se traduzir como consciência ecológica.
Palavras-chave: Religiões Afro-pessoenses; Práticas Religiosas; Consciência Ecológica.
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