A morte do pai em Derrida e Lacan
a ambivalência do significante
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2237-0900.2023v19.65285Resumo
Na linguagem, a morte do pai, desde a Antiguidade até hoje, tem sido a principal explicação para justificar a impossibilidade da origem existencial. Para Jacques Derrida, autor da teoria da Desconstrução, que se fundamentou no “Fedro”, de Platão, onde Sócrates demonstra ao seu discípulo Fedro o perigo da escrita para a humanidade, o assassinato paterno estaria relacionado justamente a essa modalidade do signo linguístico, por ela não ser fiel ao logos, o único detentor da Verdade. Por sua condição ausente e ambivalente, a escrita consagrar-se-ia como filha parricida ou órfã: mataria o pai ou o abandonaria, devido ao autor nunca estar presente para defender o seu dizer. Já para Jacques Lacan, a morte do pai seria antecipada com a morte do logos: a fala, precisamente, o significante, em sua condição ambivalente, faria o pai desaparecer a cada enunciação. O acontecimento discursivo, pensamento aproveitado de Foucault (2000), provocaria uma escansão na ordem da cadeia significante, de modo que a cada fracionamento lexical, os significados multiplicar-se-iam e, desse modo, a Verdade desapareceria. A fala seria, pois, enganadora, ao prometer o encontro com o pai sempre que diante da suplência do significante fálico foracluído do discurso. Na vertente lacaniana, não existiria pai, mas nomes, ou substitutos, para si, designados pelo psicanalista de senhas ou anjos. Desse modo, nosso objetivo, neste trabalho, é discutir a morte do pai em Derrida e em Lacan, mostrando que, para ambos, o desaparecimento do mesmo relaciona-se à condição ambivalente e de simulacro do signo linguístico. Nesse sentido, nosso aporte teórico constituir-se-á, fundamentalmente, dos pensamentos dos próprios autores em questão: Derrida (1981; 2002) e Lacan (2011; 2005;1988). Destarte, a pesquisa utiliza-se do método comparativo e situa-se no campo do Discurso e da Psicanálise.
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