POR UMA ÉTICA AMBIENTAL DE INSPIRAÇÃO VITALISTA

Autores

  • André Brayner Farias Universidade de Caxias do Sul - UCS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v6i3.17189

Palavras-chave:

ética ambiental, natureza, vitalismo, evolução

Resumo

O artigo propõe uma problematização da ética ambiental a partir da filosofia da natureza. Toda ética ambiental está fundamentada em uma determinada visão de natureza, em geral romântica e piedosa. Trata-se de reconhecer que a consideração moral não pode ser uma exclusividade do ser humano, ou seja, devemos reconhecer a dignidade moral dos outros animais e da natureza, entendida como conjunto dos elementos ainda não transformados pela cultura, conforme a clássica dicotomia natureza-cultura. A ética ambiental deve fazer a crítica do antropocentrismo, mas não necessita sacralizar a natureza. Tomamos a filosofia de Henri Bergson, sobretudo a obra Evolução criadora (1907) como referência para uma problematização da natureza. O que pretendemos é uma visão de natureza orgânica, dinâmica, não romântica e não idealizada. A consequência dessa visão, que podemos chamar de vitalista, é que o ser humano e a cultura deixam de ser considerados elementos antagônicos da natureza. A ecologia e a ética ambiental podem agora ser pensadas como processos ou engajamentos culturais a favor de uma nova relação com a natureza, para além de uma visão meramente conservacionista e sacralizadora.


[doi:HTTP://dx.doi.org/10.7443/problemata.v6i3.17189]

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Brayner Farias, Universidade de Caxias do Sul - UCS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

Possui graduação em oceanologia (FURG), mestrado e doutorado em filosofia (PUCRS). É professor do Programa de pós-graduação em Filosofia da UCS, é professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS. Atua na área de ética, filosofia da natureza, ética ambiental, ética e estética.

Referências

BERGSON, Henri. A evolução criadora. Lisboa: Edições 70, 2001.

DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou. São Paulo: Ed. UNESP, 2002.

DIÉGUES, Antônio Carlos. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Editora HUCITEC, 1996.

FELIPE, Sônia T. Antropocentrismo, sencientismo e biocentrismo: perspectivas éticas abolicionistas, bem-estaristas e conservadoras e o estatuto de animais não-humanos. Em: Revista Páginas de Filosofia, v.1, n.1, jan-jul/2009.

FLUSSER, Vilém. Natural:mente – vários acessos ao significado de natureza. São Paulo: Annablume, 2011.

GODOY, Ana. A menor das ecologias. São Paulo: EDUSP, 2008.

GUATTARI, Félix. As três ecologias. 6. ed. Campinas: Papirus, 1997.

JONAS, Hans. O princípio responsabilidade – ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. PUC-Rio, 2006.

LATOUR, Bruno. Políticas da natureza – como fazer ciência na democracia. Bauru: EDUSC, 2004.

LEFF, Enrique. Discursos sustentáveis. São Paulo: Ed. Cortez, 2010.

NOBRE, Marcos; AMAZONAS, Maurício de Carvalho (orgs.). Desenvolvimento sustentável – a institucionalização de um conceito. Brasília: Ed. IBAMA, 2002.

SERRES, Michel. O contrato natural. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.

SINGER, Peter. Ética prática. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002

SOUZA, Ricardo Timm de. Alteridade e Ecologia. Em: Totalidade e desagregação – sobre as fronteiras do pensamento e suas alternativas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996.

Downloads

Publicado

21-12-2015

Edição

Seção

Artigos