Estado para que e para quem? A propositura do poder cidadão em Dussel

Autores

  • Arivaldo Sezyshta

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v7i3.32084

Resumo

 a atual crítica ao Estado tem como fundamento seu papel de defensor das grandes empresas, que, ávidas por lucro, a ele recorrem, encontrando-o sempre pronto em atendê-las, com prejuízos ao conjunto da sociedade. Contudo, a voracidade e a ganância com que isso vem ocorrendo, tem despertado reações por todo o mundo, reforçando, a cada dia, o movimento dos indignados, sobretudo da juventude, acampada nas praças na Espanha ou ocupando a bolsa de valores em Nova Iorque, protestando pelas ruas do México, Chile e Grécia, entre outros países. Enrique Dussel, filósofo da libertação latinoamericana, antenado com essas questões atuais segue elaborando uma filosofia política crítica, visando colocar no centro do debate mundial sobre o papel do Estado a situação das vítimas, que seguem sendo geradas pelo sistema capitalista. Nesse intento, constrói uma ética material da vida, mostrando que é a vida o conteúdo último de todas as ações humanas. Para garantir esse princípio primeiro, a política necessita aprender com os povos originários, maestros do Bem Viver, sobre o poder obediencial, para que os que mandam, mandem obedecendo a comunidade, única fonte do poder. Forja-se, assim, um caminho possível que permite construir e institucionalizar o poder cidadão, possibilitando visualizar um Estado subordinado à sociedade e a serviço dos mais empobrecidos.

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Referências

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Publicado

29-12-2016