NIETZSCHE E A ARTE APÓS A “METAFÍSICA DE ARTISTA”: DE HUMANO, DEMASIADO HUMANO (1878) AOS ÚLTIMOS ESCRITOS (1888)

Autores

  • Ana Maria Würdig Fonseca FURG-RS
  • Fabrício Fonseca Machado UFPel, UNISUL

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v9i2.37095

Palavras-chave:

Nietzsche, arte, período intermediário, período maduro, “fisiologia da arte”.

Resumo

Este artigo procura investigar a arte, em Nietzsche, no período entre Humano, demasiado humano (1878) e os últimos escritos (1888), isto é, no período posterior à “metafísica de artista”. Pela divisão tripartite da obra do autor, a “metafísica de artista” corresponde ao período de sua juventude, enquanto aqui serão explorados os períodos intermediário e maduro. Ao se afastar de Schopenhauer e Wagner e, com isso, da metafísica e do pessimismo romântico, Nietzsche acentuará o exame da arte, cada vez mais, pelo viés do artista. Ele não pretendia conceber uma teoria da arte, uma ciência do belo, nem analisar a arte pelo prisma da obra de arte, tampouco do espectador. Na realidade, sem o artista, sem o corpo criador, a obra de arte não teria condições de existir. Assim, a “metafísica de artista” cederá lugar a uma “fisiologia da arte” e, pela ótica da “vontade de potência”, uma “vida decadente” produzirá uma “arte decadente”. Ao contrário disso, somente a plenitude de forças poderá engendrar uma “arte ascendente”, dionisíaca, afirmativa, aquela capaz de, ao lado de outros mecanismos, realizar a “transvaloração de todos os valores”.

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Biografia do Autor

Ana Maria Würdig Fonseca, FURG-RS

Licenciada em Filosofia pela UCPel (1974); Mestre em Filosofia pela PUC-RS (1993); Doutora em Filosofia pela Universidade de Santiago de Compostela (2001). Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande.

Fabrício Fonseca Machado, UFPel, UNISUL

Bacharel e Licenciado em Filosofia pela UNISUL-SC (2016); Bacharel em Direito pela UFPEL-RS (2006); Especialização em Metodologia do Ensino de Filosofia; Servidor público do estado do RS.

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Publicado

24-08-2018

Edição

Seção

Artigos