O PROBLEMA DO TEMPO A PARTIR DE DUAS PERSPECTIVAS:

AS LINHAS GERAIS DA FENOMENOLOGIA DE EDMUND HUSSERL E DA NEUROFENOMENOLOGIA DE FRANCISCO VARELA

Autores

  • Gabriel Dietrich UFSM

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v11i1.49088

Palavras-chave:

Tempo, Fenomenologia, Neurofenomenologia, Husserl, Varela

Resumo

Desde a antiguidade o problema do tempo concentrou esforços das mais diversas tradições filosóficas e foi formulado e abordado de múltiplas maneiras. Dentre estas formulações e abordagens destaca-se a célebre fenomenologia do tempo inaugurada por Husserl no despontar do século XX. A partir da virada para o século XXI, esta fenomenologia foi incluída em um amplo e crescente movimento de aproximação com as ciências cognitivas. Neste contexto, esta inclusão justifica-se por duas razões internamente atreladas: por um lado, de acordo com Shaun Gallagher e Dan Zahavi, Husserl formulou adequadamente e também forneceu uma linha de resposta apropriada ao problema do tempo, evitando incorrer em uma série de dificuldades nas quais outras formulações e abordagens incorrem, e, por outro, suas descrições da dinâmica da estrutura tripartite da consciência interna do tempo são consistentes com a dinâmica dos processos neurofisiológicos que estão na base da experiência do tempo, conforme identificados pela neurofenomenologia de Francisco Varela. O objetivo geral deste trabalho é reconstruir as duas linhas de justificação da inclusão da fenomenologia de Husserl junto às ciências cognitivas. Mais especificamente, esta reconstrução consiste em inicialmente apresentar as dificuldades que orbitam o problema do tempo conforme outras formulações e abordagens, e que são enfrentadas por Husserl com o reconhecimento da estrutura tripartite da consciência interna do tempo, e, posteriormente, apresenta-la desde uma perspectiva neurofenomenológica. A hipótese interpretativa defendida neste trabalho é a de que a abordagem neurofenomenológica ao problema do tempo implica na abertura de um conjunto de questões e de potenciais consequências ontologicamente importantes.

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Publicado

19-05-2020

Edição

Seção

Artigos