FILOSOFIA AFRICANA DO NTU E A DEFESA DE DIREITOS BIOCÓSMICOS
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v10i2.49144Palavras-chave:
Filosofia africana, Direitos, Natureza, CosmosResumo
A crise ontológica que marca a humanidade na contemporaneidade tem levado os/as intelectuais progressistas a pensar novas formas de sua superação. O texto apresentado, assente na filosofia ancestral africana do Ntu e filosofias africanas contemporâneas, especificamente a Bisoidade de Ntumba e Ubuntu de Ramose, e sugere o uso do termo direitos biocósmicos ou direitos do Ntu para se refletir sobre os direitos da terra, direitos da natureza, direitos ecológicos. A plausibilidade desse termo é que coloca no centro do debate a Comunidade-de-Vida ou Comunidade-Ntu que se manifesta através de suas particularidades: comunidade-sagrado-ancestral, comunidade-universo-natureza e comunidade-de-bantu ou humanos. A responsabilidade ética e científica que se coloca é de trabalhar pela harmonia dessas três comunidades-de-vida que forma Biso-Cósmico, o Ubuntu, o Ser-Sendo, que está sempre em movimento e aberto para o outro.
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