CONFIANÇA, CONSENSO, DEMOCRACIA
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v10i3.49215Palavras-chave:
Confiança, Consenso, DemocraciaResumo
Este artigo aborda, de modo ensaístico, a relação geral confiança/consenso/democracia. Para desenvolver essa temática, assumimos a tese de que, em sentido ontológico, a confiança é o fundamento genético da democracia. Isto considerado, elegemos as seguintes questões-guias para a investigação: o que é a democracia? Como ocorre a constituição da democracia possível no mundo da vida concreta dos homens que vivem sob as regras do Capital? À primeira indagação, respondemos que: a democracia é o poder de governar exercido diretamente pelo povo; eis a “verdadeira democracia”. À outra pergunta, respondemos que: em sentido ontológico, a confiança é o elemento metafísico geneticamente fundante do consenso necessário à formação das práticas democráticas. A conversão da confiança em consenso é tarefa da atividade política. A ação política transforma a confiança comungada pela maioria dos indivíduos, e que portanto se configura como vontade geral, em consenso. O produto desse consenso é materializado na forma de ideias/estratégias/valores/práticas/projetos etc., que regerão o viver dos indivíduos em sociedade. Contudo, no mundo da vida Material-dialética dos homens, mundo capitalista, a democracia acontece quando a vida sociopolítica é moldada pelo consenso, que foi construído e é dirigido pela lógica e poder do Capital. Por essa razão, o consenso espelha (representa) os interesses dos que são poucos, mas que possuem o poder econômico; e os que efetivamente governam não realizam os interesses do povo. Eis a democracia pseuda: a democracia representativa. Considerando essas ideias, é correto concluir que a democracia só será mais bem compreendida quando for assumida como processo dialético originado da confiança que foi convertida em consenso. O desafio que compete às ciências é o de se abrir para acolher a validade do conhecimento metafísico para compreender a democracia.
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Referências
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