EXPERIÊNCIA E ESCOLA PARA JORGE LARROSA
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v13i1.59877Palavras-chave:
Experiência, Escola, Diferença, Jorge LarrosaResumo
Este artigo apresenta a escola, a educação e o ensino através de uma genealogia da experiência, segundo Jorge Larrosa. Com o objetivo de expor uma crítica às concepções normalizadoras do ensino e esboçar alternativas para a escola contemporânea, a educação é repensada como um lugar possível da experiência, ou melhor, da experiência como possibilidade da diferença. Assim, a infância, a experiência e a filosofia se cruzam ao pensar o ensino: a infância tratada como o momento original do começo – não de modo cronológico, mas sim como a origem sempre presente –, a experiência como aquilo que nos acontece e que se passa por nós/em nós e a filosofia como a infância do pensamento. Nesse contexto, o artigo aborda o ensino de filosofia como possibilidade da experiência, em vez de matérias ou conteúdos, mais afetiva do que formal, mais próximo de uma técnica de si do que um mecanismo avaliativo, tendo em vista a prática de experiência, cuja finalidade é situar o saber da experiência no âmbito escolar. Após a constatação acerca da pobreza da experiência, em diálogo próximo com Walter Benjamin e Giorgio Agamben, apresenta as características dessa noção para Larrosa por meio da análise de sua tese, segundo a qual a experiência é “aquilo que me passa”. Logo após, articula a noção de experiência com o tema da escola, ou melhor, da scholé, em sua origem grega como tempo livre. A conclusão permite reconstruir criticamente o discurso da sociedade pedagogizada e as bases da instituição escolar contemporânea.
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