KANT:

O JUÍZO ESTÉTICO E O BELO NA MÚSICA

Autores

  • Maria Clara Cescato

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v14i2.67870

Palavras-chave:

Juízo estético, Belo, Música, Kant

Resumo

Na Crítica da Faculdade de Julgar, Kant afirma que, como arte que expressa o jogo das sensações, a música deve empregar a “linguagem dos afetos” e, assim, pertence mais à arte do agradável que às belas artes. Dessa forma, a música não poderia ser considerada propriamente uma forma superior de arte. Como arte expressa na linguagem dos afetos, a música estaria irremediavelmente vinculada às emoções e sensações que, como experiências individuais, jamais podem ser universalizadas, como requer o juízo de gosto estético. Não podendo aceder à universalização, o juízo de gosto na música seria então mais um juízo sobre o agradável que um juízo sobre o belo. No entanto, paralelamente, Kant desenvolve, também na Crítica da Faculdade de Julgar, outros argumentos em que ele atribui à música o caráter de arte como “belo jogo das sensações”, sugerindo uma hesitação quanto ao estatuto dela como forma de arte. Vamos examinar essa avaliação da música como arte formulada por Kant na Crítica da Faculdade de Julgar, em vista de entender a posição que Kant atribui a ela entre as belas artes.

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Publicado

31-08-2023

Edição

Seção

Dossiê especial – ESTÉTICA E EXISTÊNCIA: FILOSOFIA E ARTE