DÁDIVA, DISPÊNDIO IMPRODUTIVO E CARIDADE:

MAUSS, BATAILLE E A FILANTROPIA PRATICADA POR BILIONÁRIOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v14i5.68289

Palavras-chave:

dádiva, dispêndio, filantropia, subjetivação, neoliberalismo

Resumo

Refletiremos a seguir sobre a noção de dádiva descrita por Marcel Mauss, em especial sobre sua ética ambivalente, que abarca a um só tempo a rivalidade e o estabelecimento de vínculos duradouros. Procuraremos analisar quais aspectos da dádiva estão ausentes e quais parecem persistir nos processos de subjetivação neoliberais, com especial interesse na virilidade associada à rivalização. Em seguida, abordaremos a noção de dispêndio improdutivo formulada por Georges Bataille. Assim como faremos com a dádiva, analisaremos em que medida os processos de subjetivação e práticas econômicas instituídos pelo neoliberalismo afastam-se da noção de dispêndio ou incorporam-na, e de que formas. Trataremos, por fim, do princípio de caridade. Acompanhando Mauss, abordaremos tal princípio enquanto uma espécie de concepção moral da dádiva. Compreendendo a filantropia como uma das formas contemporâneas da caridade, enfocaremos a atuação filantrópica de indivíduos bilionários, cotejando-a com as noções de dádiva e dispêndio e refletindo sobre suas implicações intersubjetivas e políticas.

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Biografia do Autor

Paula Ordonhes, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Mestra em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Integrante do FiloPol - Núcleo de Filosofia e Política (Unifesp/CNPq).

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Publicado

31-12-2023

Edição

Seção

Artigos