A RETEXTUALIZAÇÃO NO GÊNERO: UM PROCESSO COMPOSICIONAL NO MEIO EDUCACIONAL?
Resumo
O debate acerca da organização retórica dos gêneros da esfera digital tem ganhado, cada vez mais, espaço no ambiente acadêmico, sobretudo com os avanços das pesquisas sobre o assunto na área da Linguística Textual e as diretrizes de ensino da língua portuguesa. Nesse sentido, nosso trabalho objetiva investigar os processos de retextualização no gênero meme, pois acreditamos que, se esses processos forem aplicados nesse gênero, poderão colaborar com a composição retórica e os propósitos comunicativos do gênero, amplamente divulgado nas redes sociais, e com o desenvolvimento do ensino de língua portuguesa. Compreendemos o processo de retextualização como uma operação que interfere tanto na forma linguística quanto no sentido, o que nos levou a acreditar que esse processo pode alterar a composição retórica dos memes investigados. A fim de embasar nosso posicionamento, apoiamo-nos em Marcuschi (2010), para tratar sobre o fenômeno da retextualização; no tocante à composicionalidade retórica dos gêneros, seguimos o modelo de Swales (1990) e consideramos os apontamentos de Heimais e Biasi-Rodrigues (2005); já no que concerne ao tratamento dos gêneros da esfera digital, objeto de nossa análise, seguimos as considerações de Araújo (2016) e Lisboa (2015), que tratam, mais especificamente, do gênero analisado nesta pesquisa. Em nossa análise, avaliamos dez exemplares do gênero meme retirados da página do Facebook, denominada de “Escreve aí”. Os dados encontrados nos levaram a defender que a composição retórica do gênero desenvolvido na comunidade pesquisada pode depender, essencialmente, do desenvolvimento de um processo de retextualização.
Palavras-chave: Ensino; Gêneros; Retextualização.