AS "MULHERES DE CONFORTO" DA GUERRA DO PACÍFICO

Autores

  • Julia Yuri Okamoto Universidade de São Paulo (USP)

Resumo

Durante a Guerra do Pacífico, entre 80 e 200 mil mulheres foram mobilizadas pelo Exército Imperial Japonês para servir sexualmente seus soldados, em um dos maiores casos de tráfico humano do mundo. A maioria das vítimas, eufemisticamente conhecidas como "mulheres de conforto", provinha da Coreia, colônia do Japão à época, e era atraída por falsas promessas de emprego ou simplesmente sequestrada pelas tropas japonesas. Levadas para bordéis militares ao longo do Pacífico, elas eram submetidas à violação repetida e ao espancamento. Algumas tão jovens quanto à idade de 12 eram forçadas a ter relações com os soldados japoneses, 10, 30, 50 vezes ao dia. As poucas mulheres que sobreviveram e puderam voltar para casa no final da guerra continuaram a sofrer por seus passados, através do trauma psicológico e do ostracismo social, de modo que se mantiveram em silêncio sobre sua experiência por causa do medo e da vergonha. Essas mulheres gostariam de viver em paz, de serem esposas, mães, irmãs, avós... Mas a todas foi negada essa escolha. Nenhuma recebeu qualquer tipo de reparação oficial do governo japonês, que continua a escapar às suas responsabilidades legais e morais quanto ao crime de guerra. Sessenta e oito anos depois, elas ainda estão à espera de justiça.

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Biografia do Autor

Julia Yuri Okamoto, Universidade de São Paulo (USP)

Graduanda do IRI/USP

Referências

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Publicado

27.12.2013

Como Citar

Okamoto, J. Y. (2013). AS "MULHERES DE CONFORTO" DA GUERRA DO PACÍFICO. Revista De Iniciação Científica Em Relações Internacionais, 1(1), 91–108. Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/index.php/ricri/article/view/17698

Edição

Seção

Artigos