"E foram infelizes para sempre"
Aspectos do Homoerotismo no conto Aqueles dois, de Caio Fernando Abreu
Palavras-chave:
Caio Fernando Abreu, Aqueles dois, Ditadura, Homeorotismo, Sexualidade, HomoafetividadeResumo
O presente artigo analisa o conto Aqueles dois, publicado no livro Morangos mofados (1983), de Caio Fernando Abreu, investigando a configuração do homoerotismo no período da ditadura militar brasileira, representados na diegese em questão. Tratando-se de um tema que ainda enfrenta tabus, tal questão ganhou mais destaque na esfera literária, sobretudo por obras de escritores como Caio Fernando Abreu, Victor Heringer, João Silvério Trevisan, Hilda Hilst, João Gilberto Noll, Cassandra Rios, dentre outros, que, por muito tempo, foram esquecidos pelos cânones acadêmicos, principalmente pelo tratamento a temas polêmicos e, não obstante, difíceis de serem abordados pela sociedade. Nesse sentido, Aqueles dois reflete sobre o contexto político pelo qual passava o país, momento esse de grande perseguição e desconfiança entre as pessoas, devido à repressão da ditadura militar, criando, por meio de uma narrativa sensível e simbólica, uma relação homoerótica balizada pelos seguintes eixos: o olhar, o silêncio e, por último, a solidão.